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Diálogo intercontinental sobre futebol, com toques de política, economia e cultura.

Top 5, Top 10, zebras e molezas pelo ranking da Fifa

DANÇA DOS NÚMEROS

Por Carles Martí (Espanha) e José Eduardo Carvalho (Brasil)
Atualização:

Carles: Para comemorar (ou lamentar) a conclusão da série OS 32 DA COPA do 500aC - no post anterior e também nos bons links* do ramo -que tal um desse papos despretensiosos, tão apreciado pelos jogadores de botão cinquentões, analisando os determinantes dados (!!??) do ranking que a Fifa acabou de publicar, aplicado às seleções participantes?

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Edu: Sabemos que o ranking da Fifa possui alguns critérios que fariam a alegria de Salvador Dali, mas como é tudo o que temos, vamos lá, sem pretensão. Dá ao menos para ter uma ideia de quais grupos da Copa são os mais tranquilos com base nessa estatística bem simplória e também para detectar mais de um grupo da morte, certo?

Carles: Para começar, segundo a tal classificação feita por matemáticos que pensam que um impedimento é uma equação sem solução, Brasil e Espanha não têm nenhuma desculpa para não ganharem seus grupos facilmente. Ambos e mais a Argentina são os únicos Top 5 com todos os adversários diretos da primeira fase fora das posições do Top 10. Isso, no papel, porque no campo La Roja sabe muito bem o que lhe espera, o grupo da morte.

Edu: Não sei, não. Pela média dos rankings, o grupo B, da Espanha (média de 23), seria o quinto em dificuldade, o do Brasil tem a sexta média (24,2) e os grupos de Bélgica e Argentina são, disparados, a maior moleza da Copa. Grupos da morte mesmo são o D, de Uruguai, Inglaterra e Itália, com 13,5 de média, e o G, de Alemanha, Portugal, EUA e Gana, com média de 14. O grupo da Alemanha, diga-se, é o único que tem dois Top 5.

Carles: A seleção pior posicionada entre todas que vão ao Brasil, a Austrália, 62º no ranking geral, contribui decisivamente para essa média do grupo B, o da Espanha, que junto com Alemanha e Itália vai ter que enfrentar pelo menos dois Top 20. Já o grupo H não tem nenhuma seleção entre as dez melhores colocadas, a Bélgica aparece só em 11º enquanto os teóricos maiores rivais, os russos, estão na 19ª posição. Quanto aos grupos da morte, o D é realmente uma pedreira, no ranking e no campo, mas o G vai ser mais uma questão de quem errar menos, acho que apostar nos alemães é uma barbada.

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Edu: Então proponho uma consideração mais realista das médias, basta excluirmos o último colocado do ranking de cada grupo, que tem possibilidades bem remotas de passar se não ocorrer uma zebra gigantesca. Nesse caso (considerando só os três melhores), o Grupo D (Alemanha) continua sendo o mais complicado, média de 6,3, seguido pelo D (Itália), com média de 8,6. Em seguida viria o grupo da Espanha, com 10 de média, e o do Brasil, com 13. Até mesmo o grupo C (Colômbia) entra num círculo de maior dificuldade com média de 14,3. E mesmo sem os últimos colocados, os grupos de Argentina e Bélgica são uma verdadeira baba, com médias de 23 e 17,3.

Carles: Todos os grupos parecem ter pelo menos um combinado com o único objetivo de ser uma pedra no caminho dos favoritos. Ao menos antes de a bola começar a rolar, depois já veremos. E nesse caso, o grupo da Argentina tem dois níveis muito bem marcados. Pelos números, só Bósnia teria condições de aguentar o ritmo de Messi e companhia. Quem eliminamos dessa média ponderada que você propões, sem as tais zebras? Irã, Nigéria ou ambos. Neste último caso, o grau de dificuldade do grupo subiria para os mesmos 13 que o grupo do Brasil. Se fizermos ao contrário, uma média dos adversários argentinos para ter uma ideia do grau de dificuldade para os seus vizinhos, ficamos com 36.

Edu: A questão do grupo de Argentina e Bélgica é simples: a princípio os dois piores rankings são muito fracos, ou seja, ficam só dois na disputa real, o que reduz consideravelmente a chance de uma zebra. É claro que temos que levar em conta o momento das equipes, mas, em circunstâncias normais, Irã e Nigéria, assim como Argélia e Coreia do Sul, são meros figurantes. É claro que estamos falando da primeira fase, porque, na sequência, com o mata-mata, a estatística tem peso ainda mais relativo.

Carles: Portanto, na prática, a conclusão de tudo isso é...

Edu: Provavelmente nenhuma, porque um golzinho aos 47 do segundo tempo tem o poder de destruir, como sempre, a dança dos números.

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(*) Faça clic em cada uma das seleções e confira OS 32 DA COPA: Irã, Bósnia, Alemanha, Itália, Nigéria, Coréia do Sul, EUA, Portugal, Costa do Marfim, França, Honduras, Colômbia, Inglaterra, Japão, Uruguai, Costa Rica, Bélgica, Argélia, Gana, Equador, Rússia, Grécia, Suíça, ArgentinaAustrália, Camerún, Chile, México, Holanda, Croácia, Espanha, Brasil

 

 Foto: Estadão
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