Assim sendo, meu lema é: a Itália está fora da Copa. Azar o dela! Não comungo com quem defende a tradição. Prefiro uma referência bastante usada há algumas décadas, e hoje praticamente em desuso: quem vive de passado é museu.
A Itália é tetracampeã mundial. Tem história, tradição. Mas e daí? Isso é passado. Respeitável e que tem de ser respeitado. Não influi no presente.
Aliás, até o próprio passado, este mais recente, atesta que a Azzurra acaba de receber um merecido castigo. Ou vamos esquecer que não passou da primeira fase nas Copas de 2010 (África do Sul) e de 2014 (Brasil)?
O futebol italiano, e isso se reflete na seleção, vem fazendo água faz tempo. Vive da Juventus, que tem um time recheado de estrangeiros. Isso não é necessariamente um mal. Mas o não surgimento de novos jogadores com talento, a não modernização tática (existe coisa mais chata e previsível do que jogo do Campeonato Italiano0, o não aparecimento de novos treinadores (e o desprezo dos que já estão por aí, e que demonstram competência, como Capello e Conti), a forma arcaica de gerir os times...
Tudo isso contribuiu para o empobrecimento do futebol italiano. E a seleção, sem jogadores talentosos - tem um ótimo goleiro, mas até ele é veterano, bons zagueiros e um jogador do meio pra frente com alguma qualidade, caso de Insigne -, é reflexo disso.
Cedo ou tarde, uma hora a vaca iria para o brejo. Foi. E se atolou porque porque nada fez para evitar a tragédia.
Que o vexame sirva de lição, e de alento, para a reconstrução do futebol italiano. Mas, por ora, bem-feito para a Azzurra ter ficado fora da Copa.