Mas ponderei que, como médicos e preparadores físicos do Brasil são bastante experientes e tinham um detalhado mapa físico dos atletas, talvez a tese, difundida disfarçadamente pela comissão técnica, de que os jogadores estavam no limite físico e poderiam estourar, tivesse fundamento.
Admito que não engolia muito tal tese - mesmo porque as outras seleções treinavam muito mais e seus jogadores também estavam em final de temporada, como a maioria dos brasileiro. Mas o time ia segundo em frente, Felipão e sua trupe diziam que sabiam o que estavam fazendo. E admito que aceitava, ainda que desconfiado e a contragosto.
Mesmo porque o time continuava jogando tudo nas costas de Neymar, não tinha jogadas pela lateral, não tinha um armador, não tinha meio-campo (insistia na ligação direta entre defesa e ataque), enfim, não tinha quase nada.
E ainda perdeu o que tinha de bom no jogo com a Colômbia. Diga-se, o íunico em que a seleção jogou bola, apesar de Neymar não ter jogado bem e do sufoco na etapa final.
Mas Felipão continuou acreditando que sorte (e ele tem muita) ganha jogo, ganha Copa. Continuou acreditando que repetir o ritual da Copa de 2002 - não vou detalhar aqui, mas ele fez tudo igual - daria em título.
Acreditou que puxar o saco da torcida, demagogicamente, pedindo apoio, daria certo. Que falar em complô da Fifa contra o Brasil daria certo, que o hino a capela e os jogadores entrando em campo uns com a mão nos ombros dos outros, que tudo isso resultaria em vitórias.
Quando os jogadores demonstraram descontrole emocional, chamou uma psicóloga. Como se isso, por si só, resolvesse.
Mas treinar que é bom.... Como diria o Romário, "treinar prá quê!''
Felipão acreditava em sua imensa sorte. Esqueceu-se de que um dia até a sorte tira folga. Contra a Alemanha foi esse dia. E como ele ajudou o azar, errando de forma gritante na escalação, deu no que deu.
Felipão só tem razão numa coisa: os 23 jogadores que convocou - e repito, NÃO TREINOU - são o que o futebol brasileiro tem de melhor no momento, com uma ou outra exceção. É duro aceitar, mas essa é a realidade.
Pobre futebol brasileiro. Tem poucos recursos técnicos e seu treinador mais importante é pra lá de ultrapassado.