Para consumo externo, os testes com o árbitro de vídeo na Copa das Confederações é sucesso quase total. O recurso foi utilizado cinco vezes nos quatro primeiros jogos, dirimiu dúvidas e impediu injustiças. Com a vantagem de todo o processo, do estabelecimento da dúvida à definição sobre o lance, estar ocorrendo rapidamente.
O blog apurou, entretanto, que nem tudo está tão bem como parece - e como o pessoal da Fifa quer fazer parecer.
Juízes e auxiliares estão se sentindo incomodados com o auxílio tecnológico, pois sentem-se expostos e pressionados, uma vez que suas decisões podem eventualmente ser reformuladas, o que deixará claro que eles erraram.
O temor não é com a correção da falha em si, mas com as consequências que poderão ter. Cobranças excessivas, ira de técnicos e jogadores e até punição disfarçada, como não inclusão em escalas.
Manifestações como a do técnico do Chile, Juan Antonio Pizzi, depois do jogo com Camarões - quando sua seleção foi beneficiada por decisão do árbitro de vídeo -, dizendo que o resultado de uma partida não pode ser influenciado por decisões posteriores (à tomada de imediato pelo juiz de campo), teve impacto não só entre os juízes como entre os homens da Fifa e da International Board responsáveis pelos testes.
Para evitar que a polêmica se torne pública, duas decisões foram tomadas.
Uma delas, de conhecimento geral, foi a proibição da presença de jornalistas no hotel em que os árbitros estão hospedados. A medida foi tomada para evitar que alguém revele a insatisfação geral em uma entrevista, por exemplo.
A outra medida é quase secreta. Reuniões extras de avaliação do mecanismo do árbitro de vídeo. São discutidos itens como eficiência, aceitação, influência sobre árbitros e auxiliares que estão em campo...
E as opiniões, pelo menos até agora, têm sido diversas. E divergentes.
A consequência é que não será surpresa, pelo menos para o blog, se o árbitro de vídeo não for adotado na Copa do Mundo da Rússia. A Fifa sabe que receberá duras críticas se "refugar'' em sua intenção de contar de vez com a ajuda tecnológica. Mas já não está tão segura de sua adoção em 2018.