A Liga Espanhola cometeu uma irregularidade ao se recusar a receber o 222 milhões de euros da multa rescisória de Neymar. Não é atribuição da entidade interferir num contrato legal assinado entre partes. Com a negativa, portanto, extrapolou suas funções.
O raciocínio é até simples. Se há um contrato prevendo pagamento de multa para rompimento, como é o caso, trata-se de uma relação direta entre clube e jogador. Nesse caso, diz o advogado especializado m direito esportivo Eduardo Carlezzo, é totalmente dispensável a intervenção da Liga para a rescisão do acordo.
Além disso, a própria Liga recentemente recebeu pelo menos em duas ocasiões multas rescisórias referentes a jogadores que trocaram clubes espanhóis por agremiações de outros países: em 2012, deu recepção ao cheque de 40 milhões de euros que o Bayern de Munique bancou para tirar Javier Martinez do Athletic de Bilbao; em 2014 foi a vez de o Manchester United enviar à Liga 36 milhões de euros para levar Ander Herrera.
A Liga já vinha sinalizando que não receberia o cheque por entender que a transação viola o fair play financeiro. Argumento discutível no caso, pois o estabelecimento da multa foi feito entre um clube e um jogador e não pode ser impeditivo de ser cumprido.
Ainda assim os representantes de Neymar não deverão perder tempo brigando com a Liga. Agora, eles vão buscar fazer o pagamento diretamente ao Barcelona.O PSG mantém a disposição de anunciar oficialmente a contratação no máximo até a tarde de sexta-feira.