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Futebol dentro e fora do campo

Opinião|Marco Polo é convidado para debater MP

Marco Polo Del Nero já tem em sua mesa um convite para comparecer à audiência pública que vai debater, no dia 7 de maio, a medida provisória que possibilita o refinanciamento da dívida fiscal dos clubes de futebol.  Ainda não se sabe que o novo presidente da CBF irá a Brasília, mas vários deputados consideram sua presença superimportante, justamente num momento em que a entidade trabalha para mudar vários artigos da MP.

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Atualização:

A comissão que aprecia o texto, aliás, parece que finalmente vai começar a andar. Nesta quinta-feira foram escolhidos os membros que a comandarão, entre eles o presidente, o obscuro senador Sérgio Peteção (PSD/AC) e o relator, o deputado federal Otávio Leite (PSDB/RJ), este mais familiarizado com o tema, uma vez que foi o relator da Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte (LRFE), que circulou no Congresso por mais de um ano e acabou não indo para lugar nenhum.

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A indicação de Otávio Leite agradou aos dirigentes, que o consideram bom interlocutor, e também aos movimentos ligados aos atletas, pelo mesmo motivo e por perceberem nele alguém capaz de não se deixar levar pelos interesses da cartolagem.

E cartola não falta na comissão que analisa a MP - que conta com 181 pedidos de emenda. Entre eles estãosenador Zezé Perella (PDT/MG), com forte ligação com o Cruzeiro, e o deputado Jovair Arantes (PTB/GO), ligado ao Atlético Goianiense e, sobretudo, à CBF. Tanto que no final do ano passado tentou manobra para incluir uma MP que nada tinha a ver com o esporte o refinanciamento da dívida dos clubes sem nenhuma contrapartida. Manobra que, felizmente, deu errado.

Há um outro deputado cuja presença certamente desagrada à CBF e a Marco Polo Del Nero: Andrés Sanchez. Inimigo declarado de Marco Polo, Andrés será uma pedra gigante no sapato do dirigente e de seus pares que tentarão mexer na MP. O ex-presidente do Corinthians, filiado ao PT paulista, é vice-presidente da comissão.

Romário (PSB-RJ) é outro desafeto de Marco Polo que integra a comissão e que está disposto a dificultar a vida do dirigente.

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Marco Polo sabe muito bem que será torpedeado por eles se for a Brasília. Por isso, talvez não se faça presente e deixe a missão para o secretário executivo da CBF, Walter Feldman, e para o diretor financeiro, Rogério Caboclo.Mesmo porque os dois já foram escalados por ele para brigar por alterações na MP que atendam aos interesses da CBF e dos clubes.

Em tempo: como a comissão demorou para começar a trabalhar, o prazo para que conclui o trabalho é 18 de maio. Do contrário, passará a obstruir a pauta do Congresso. O que seria o fim da picada.

Opinião por Almir Leite

Editor assistente de Esportes, cobriu 4 Copas do Mundo e a seleção brasileira por 10 anos

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