Admito não ter a mínima ideia se Neymar vai continuar ganhando milhões no Barcelona ou se vai ganhar milhões com um "plus a mais'' no Paris Saint-Germain. E não vou me jogar na frente de um caminhão por causa disso. Mesmo porque, por tudo o que se tem falado e escrito nos últimos dias, quase ninguém sabe. Com exceção do jogador, de seu pai e de alguns dirigentes dos dois clubes. Isso se é que eles realmente sabem, pois decisões como essas não são tomadas a toque de caixa.
Mas Neymar é Neymar, e tudo que o envolve desperta interesse, dá audiência. Mesmo coisas particulares, que só dizem respeito a ele, interessam e precisam ser divulgadas. Afinal, vivemos em um mundo em que celebridades não têm direito algum à privacidade.
Quando se trata de algo que envolve diretamente a carreira de Neymar, reconhecidamente um dos melhores jogadores do mundo, então, tudo, absolutamente tudo, é relevante. E todos têm necessidade de mostrar que sabem mais do que os outros. Talvez isso justifique o festival de informações desencontradas, incoerentes que se tem publicado, e republicado imediatamente mundo agora, e Brasil em particular, sobre a possibilidade de o craque trocar Barcelona por Paris.
O frisson é tanto que um mesmo jornal, que um dia dá uma notícia, no outro dá outra totalmente oposta. E quem se dá ao trabalho de ouvir pessoas ligadas às várias partes, vai ouvir versões totalmente distintas para o mesmo tema. Divulgadas, claro, de acordo com o que lhes interessa.
Neymar, enquanto isso, permanece calado. Seu pai, mentor e agente, também.
É claro que, principalmente para nós, jornalistas, correr atrás de notícias, dá-las em primeira mão - ou pelo menos tentar sair na frente - équase obrigação. Assim como é obrigação evitar as "barrigas'', jargão jornalístico para informações erradas, e pior, falsas. Por isso, prudência é sempre bom nesses casos em que os interesses, os mais diversos, afloram.
Quanto ao futuro de Neymar, claro que interessa. Mas não vai ajudar ninguém a pagar a conta do açougue no fim do mês. Portanto, talvez seja melhor ter menos pressa e correr menos risco de falar, ou escrever, besteira.