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Futebol dentro e fora do campo

Opinião|O Cruzeiro vencedor e o Grêmio do mau perdedor

O Cruzeiro não é bicampeão brasileiro por acaso. O sucesso, merecido, é consequência de fatores que deveriam obrigatórios e corriqueiros, mas no futebol brasileiro infelizmente ainda são honrosas exceções.

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Foto do author Almir Leite
Atualização:

O clube tem administração moderna desde Gilvan Tavares assumiu, em 2012. O planejamento para o futebol - em todas as categorias - é bem pensando e seguido à risca, com as adaptações que se façam necessárias em função do dinamismo dos acontecimentos. A continuidade do trabalho é item importante. O elenco é montado criteriosamente (o poder dos empresário é extremamente limitado). A estrutura física para o trabalho é das melhores do Brasil, e do mundo.

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Há dívidas, como em todos os clubes brasileiros. Mas estão bem equacionadas. E o trabalho do departamento de marketing em busca do aumento de arrecadação, que vai de atos como incremento do programa de sócio- torcedor a parcerias para a contratação de jogadores, ajuda o clube a ter sadia vida financeira.

O resultado está aí

Ah, e um detalhe: há algumas semanas que se podem notar que os jogadores do Cruzeiro estão extenuados - algo que ocorre em praticamente todos os times em consequência desse calendário suicida adotado no Brasil.Mas o técnico Marcelo Oliveira só falou, e reclamou, de forma veemente após conquistar o título. Antes tratou sobretudo de trabalhar.

Técnico moderno é assim. Já técnico ultrapassado...

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O contraponto é Felipão. A impressão que se tem é de que ele está invicto desde que assumiu o Grêmio. Pois sempre que o time perde, algum fator externo o derrotou. Os méritos do adversários ficam em décimo plano, quando são reconhecido.

A arbitragem, claro, é o alvo preferido. Ora é o árbitro, ora são os auxiliares, noutra é o quarto árbitro - como o jogo com o Cruzeiro, quando pelo menos, depois de descarregar sua ira contra o atônito quarto árbitro, Felipão teve ao menos um arroubo de bom senso ao reconhecer que o Cruzeiro mereceu vencer.

Contra o Corinthians, novo show após a justa derrota. Dessa vez levantou também a tese de que para os administradores do futebol não é interessante ter dois times de Minas (que por méritos estão um lá e outro quase)e dos gaúchos (que ainda não estão, mas o Inter está próximo) na Libertadores. Esqueceu-se de que esse ano, por exemplo, não teve nenhum participante do rico futebol paulista na competição.

Se o Grêmio ficar fora da Libertadores, será por falta de competência. Dos jogadores, muitos limitados, mas tambémdele, que parece estar voltando a preferir discursar a trabalhar.

Pena, pois Felipão, que nada fez de relevante desde que levou Portugal ao quarto lugar na Copa de 2006 (a Copa das Confederações só Brasil e Uruguai levaram a sério), até faz (ou fazia) bom trabalho no Grêmio.

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Mas ele insiste em achar que no futebol ainda há muito espaço para milongas. Não percebeu a mudança.

Para quem ainda busca explicação para os 7 a 1, é boa pista.

Opinião por Almir Leite

Editor assistente de Esportes, cobriu 4 Copas do Mundo e a seleção brasileira por 10 anos

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