O Santa Cruz tornou-se nesta quinta-feira, 1º de junho de 2017, o primeiro clube brasileiro punido por descumprir o fair play trabalhista - atrasou o pagamento de salários aos jogadores por quatro meses em 2016. Por causa disso, foi penalizado pelo STJD com a perda de três pontos no Campeonato Brasileiro da Série A do ano passado, além de multa de R$ 30 mil.
Na prática, a punição da perda de pontos tem efeito nulo, pois a pena só vale para o Brasileiro de 2016 e o time pernambucano terminou rebaixado mesmo. No entanto, a decisão do STJD está sendo bastante comemorada por advogados especialistas em direito esportivo e por associações de classe.
O motivo é simples: ao punir o Santa Cruz, o STJDcriou jurisprudência em relação ao tema. Isso significa que clubes das Série A,B e C do Campeonato Nacional que derem calote continuado nos seus jogadores poderão passar a ser punidos com maior assiduidade e, sobretudo, com maior rapidez. Ou seja, com perda de pontos na própria competição que estiverem disputando. Aí, o estrago será grande.
O fair play financeiro entrou em vigor em 2015. Constata-se então que a primeira punição demorou mais de dois anos para ser aplicada.E ocorreram outras denúncias neste período. Na maioria dos casos, até onde se sabe pelo menos, os clubes faltosos resolveram as pendências antes de a queixa transformar-se em processo.
A partir de agora, porém, os clubes deverão ser ainda mais cuidadosos e também administrados com mais responsabilidade. Afinal, mesmo com graves problemas financeiros - caso do Santa Cruz -, se algum time for, por exemplo, rebaixado por dar calote nos atletas, vai ser difícil os torcedores perdoarem os cartolas.
