Mas nada que a impedisse de trabalhar numa loja dolargo São Francisco. Nada que a impedisse de ir a todos os jogos do seu Corinthians.
Elisa, a maior torcedora da Fiel, já se foi há um bom tempo.
Vamos imaginar que despertasse exatamente hoje.
Com certeza iria se informar sobre o seu querido Corinthians. E sorriria ao saber que seus meninos ganharam o título brasileiro de 2015. Uma glória para quem acompanhou os tempos difíceis do tabu contra o Santos, dos vinte e tantos anos sem títulos paulistas.
"Mas espera só um pouco Elisa, as coisas não estão assim tão bem: a diretoria vendeu um monte de campeões... sabe como é, dívidas pela construção do Itaquerão..."
Se título brasileiro é novidade, imagina o Itaquerão?
Elisa era do tempo de Vicente Matheus.
Curiosa, Elisa foi conversar com o técnico do time atual: vendendo tanta gente vai dar para brigar na Libertadores?
Os dois ficaram um tempão conversando e quem presenciou o bate-papo garante que o rosto de preocupação foi se transformando num enorme sorriso negro e simpático.
"O Tite me disse que o goleiro reserva é melhor que o Cássio, que o Danilo joga muita bola e que se o Gil e o Elias não forem para a China, não tem prá ninguém !!!"
E, gargalhando, Elisa sumiu pelos lados do Pacaembu, enrolada em sua inseparável bandeira alvinegra.
"Elisa!? Elisa?! E se o Elias e o Gil também forem embora???"
Deu para ouvir ao longe a voz abafada da corintiana:
"Aí meu filho... aí até o Tite pega o boné e volta para o Rio Grande do Sul levando junto a imagem de São Jorge".
(Com Roberto Salim.)