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(Viramundo) Esportes daqui e dali

Calleri quase cala os poetas peruanos

O Club Deportivo Universidad César Vallejo tem nome de gente grande. Leva em seu escudo o nome de um dos maiores escritores da literatura hispano-americana: Cesar Abraham Vallejo Mendoza, nascido em 1892 e morto em abril de 1938, em Paris. Por isso, a equipe fundada há 20 anos, exatamente no dia 6 de janeiro de 1996, é conhecida no Peru como o time dos "poetas".

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Por Antero Greco
Atualização:

Se o nome é de gente grande, o futebol é de time pequeno, como ficou provado no Estádio Mansiche, contra o São Paulo, em jogo dafase preliminar da Libertadores, na noite desta quarta-feira. Mas nem assim a turma do técnico Edgardo Bauza saiu com a vitória da cidade de Trujillo. Mereceu um resultado melhor, mas ficou mesmo no empate por um gol.

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O início da partida dava a entender que o tricolor iria massacrar o adversário. Não havia o ambiente de Libertadores: o estádio não estava cheio e a torcida não era fanática. Não havia clima de guerra dentro das quatro linhas e,em 12 minutos, o São Paulo mandou suas bolas no travessão. Na primeira, uma cabeçada de Alan Kardec, a bola ultrapassou a linha, mas o árbitro equatoriano Roddy Zambrano errou ao não validar o gol.

Só havia um time de verdade em campo. E não eram os "poetas". Acontece que o futebol tem seus segredos, como rimas, versos e inspiração, e num chute cheio de efeito Alejandro Hohberg fez um golaço aos 18 minutos. Pura poesia futebolística.

E daí até o último minuto do primeiro tempo, os peruanos e os são-paulinos tiveram chances para marcar. Os goleiros Libman e Denis impediram os gols.

O São Paulo tem um time muito melhor que os adversários, parecia apenas uma questão de tempo o empate e a virada. E o toque de Libertadores acabou sendo dado pela entrada de Calleri aos 12 minutos do segundo tempo, no lugar de Alan Kardec.

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O argentino recém-contratado fez um pouco de tudo em apenas 30 minutos: logo de cara atravessou o zagueiro Riojas e levou cartão amarelo. Depois, em um contra-ataque rápido, ganhou na corrida de Luiz Cardoza e encobriu o goleiro adversário: gol de empate.

Na defesa, Calleri também apareceu e se enroscou com adversários na cobrança de escanteio. O camisa 12 participou de todos os lances perigosos até o final da partida, que acabou mesmo empatada. Calleri nasceu para ser atacante.

No segundo jogo, no Pacaembu, o tricolor tem tudo para dar uma goleada nos poetas peruanos - com todo respeito a Cesar Vallejo e à sua obra literária.

(Com Roberto Salim.)

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