Nem por isso foi inútil. A partida na Vila mostrou que duas equipes com estágios de preparação diferentes. O Santos de Dorival Júnior é coeso, tem um plano de jogo, uma estratégia. Tem cara. Evidentemente, a ausência de Lucas Lima e de Ricardo Oliveira, para ficar nos nomes mais ilustre, pesa. Ambos são responsáveis por grande parte dos gols. Mesmo assim, nota-se que o treinador tem uma roteiro planejado para a equipe e que, à maneira de Tite no Corinthians, faz os reservas se encaixarem na proposta tática.
O São Paulo, ao contrário, tateia, busca uma definição, continua sem identidade. Edgardo Bauza não conseguiu ainda tornar clara sua ideia para a equipe. Ele muda, mexe, altera, testa, observa e não despontou até agora um time confiável. Persiste a interrogação que pesa sobre os são-paulinos desde as trocas de comando no ano passado. Um fato é evidente: Ganso, hoje, é o melhor da companhia e a falta dele diminuiu muito o poder de criação e de finalização. Foram poucos os lances de destaque do lado tricolor.
Há dúvidas a rondar o São Paulo. No gol, Dênis tem a sombra imensa de Rogério Ceni e não passa confiança. Lugano está longe de ser o xerife de tempos atrás, assim como Carlinhos é vulnerável. No meio Thiago Mendes e João Schmidt são limitados e Centuriòn até hoje não disse a que veio. Calleri é esforçado e nem um pouco extraordinário. Kardec entrou como opção a Daniel e sobressaiu pelo gol; senão, passaria em brancas nuvens como em outras oportunidades.
O Santos sem presunção dá sinais de que irá longe no Estadual, como tem sido praxe nos últimos anos. O São Paulo mostra vocação para proporcionar sobressaltos e, até, alguma boa surpresa. Vai saber...