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(Viramundo) Esportes daqui e dali

Cruzeiro e Luxa: perdidos

A demissão de Vanderlei Luxemburgo talvez não tenha surpreendido nem a ele mesmo. Era bola mais do que cantada. E consequência de desorientação de mão dupla: dele e do clube. Nem um nem outro sabe direito o que pretende na atualidade. Daí os resultados que não aparecem e só os desgsta.

Por Antero Greco
Atualização:

Depois de um brilhareco quando chegou Luxemburgo, com algumas vitórias em sequência, o time voltou a ser instável. Ou, para ser mais exato: piorou. O bicampeão brasileiro entrou em parafuso e, neste momento, não bota medo em ninguém, a não ser na própria torcida, que sofre com vexames constantes.

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Luxemburgo mexeu pouco, mudou quase nada do time que enfrentava dificuldades com Marcelo Oliveira. No curto período em que passou na Toca, mais discursou do que agiu. O treinador tantas vezes campeão nacional e estadual perdeu-se ao avisar que as reformas seriam para o ano que vem, que 2015 já era etc e tal. Mas foi contratado para resolver os problemas de agora. Era isso que dirigentes e torcedores queriam.

Se a pressa corta cabeças de treinador, é outra história. Com tanto tempo de estrada, Luxemburgo sabia o risco que assumia ao aceitar o comando de um clube em crise de identidade. Tinha noção de que a exigência se concentra no "já", no "agora", e não no futuro. Cair em canto de sereias só treinador jovem e ingênuo.

Cruzeiro é Luxemburgo estão sem rumo. O clube desmontou uma equipe vencedora, que conquistou dois títulos nacionais com mérito e sem nenhuma contestação. E não soube repor. Mais grave, até: iludiu o público, com a conversa de que o grupo era bom, que isso e mais aquilo. Não era nada disso.

Já Luxemburgo faz tempo que tem métodos contestados e não emplaca trabalhos significativos. O currículo é formidável, isso nem se questiona. A interrogação fica para o que houve com a carreira dele, por que da guinada para baixo. Algo que deveria merecer reflexão dele mesmo, uma análise serena.

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Mas é complicado saber o que se passa na cabeça das pessoas. Não é correto julgá-las sob o nosso ponto de vista. Se o mercado lhe dá espaço, claro que continuará a insistir e a acreditar que tudo vai bem, que não passa de uma fase pouco feliz. E os erros se repetirão.

Talvez o mais sensato fosse dar uma pausa, tomar fôlego, voltar renovado. Isso é decisão pessoal.

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