A mais recente bola nas costas está no site da CBF. A entidade convidou o publicitário e jornalista João Dória Jr para ser o chefe da delegação brasileira durante a disputa da Copa América, em junho, no Chile. O convite, ou "convocação", foi prontamente aceito.
Alguém pode alegar que não tem nada de mais, pois hoje em dia chefe de delegação é figura decorativa, uma honraria que se faz para agradar alguém ou quem tenha prestado serviços para a CBF. Não é bem assim. O chefe de delegação deve estar apto a resolver problemas relativos à organização que possam afetar a seleção que representa. E, até onde se saiba, João Dória não é personagem ligado ao futebol, não tem intimidade com o dia a dia da seleção.
João Dória deve ser um cara bacana, nem discuto isso. A CBF também pode ter vontade de agradá-lo. Sem problema. Que o leve para o Chile como convidado, como VIP, como amigo do rei. Mas não como chefe de algo em que não mandará.
Chefe de delegação foi, por exemplo, Paulo Machado de Carvalho, um dos responsáveis pelos dois primeiros títulos mundiais do Brasil, em 1958 e 1962. Na época, ele ficou encarregado de compor comissão técnica, de elaborar o planejamento de treinos e viagens e da logística na Suécia e no Chile. Ou seja, era de fato um "chefe", alguém com poder de decisão.
Agora, é "charme". E, com isso, a CBF mostra como se interessa mais pelo glamour e menos, de fato, por ter profissionais, gente do ramo, em cada posto ligado à seleção. Teria de ser assim já a partir do "chefe de delegação".
Enquanto isso.... gooooollll da Alemanha!
