Palavra de pai é fogo! Nobor é pai de Rodrigo Tabata, e a história é de 2003, quando o filho tinha apenas 22 anos e era um dos ídolos do Campinense, que jogaria a fase decisiva da série C contra o Santo André. Jogo no Estádio Amigão lotado, em Campina Grande.
Sábias palavras.
Os mais velhos não são bobos, como pensam os mais jovens. E a profecia se cumpriu: Tabata foi expulso, depois de uma provocação adversária, e seu time foi eliminado pela equipe do ABC paulista.
Mas a outra parte dos prognósticos de Nobor também se cumpriu: Tabata, o maestro do Campinense, ídolo da torcida local, foi para o Goiás, para o Santos, para a Turquia e agora, após cinco anos no Catar, está naturalizado e vai jogar na seleção daquele país contra Hong Kong - nesta quinta-feira, pela fase eliminatória asiática do Mundial de 2018.
Aos 35 anos, o velho Tabata continua jogando o fino da bola. É um meia ofensivo, goleador, artilheiro do Al Rayyan e do campeonato local com 19 gols em 23 partidas.
Poderia ainda tentar a sorte em algum time por aqui. Mas quis seguir os efeitos da bola: nasceu em Araçatuba e criou-se em Nova Luzitânia, pequena cidade de 3.441 habitantes, onde o técnico Vaca Preta lhe ensinou os primeiros segredos do futebol. Depois começou a escrever história em Campina Grande, na Paraíba, e ganhou o mundo.
Quem sabe chegue à Copa na Rússia, daqui a dois anos. Mas, para tanto, terá de ouvir os conselhos do pai e do próprio Vaca Preta.
Os dois sabem como o "menino" Tabata é temperamental.
(Com reportagem de Roberto Salim.)