Mas tem momento em que, se não se souber segurar a onda, vira bagunça. É preciso agir rápido para a casa não cair.
Veja você, caro amigo, o que acontece no São Paulo. No ano passado, foi um sufoco tremendo para driblar o rebaixamento. A salvação veio aos 39 do segundo tempo, na base do suor e da adrenalina. Após o susto, a promessa de 2018 com ordem, planejamento e caras novas no comando, com destaque para ex-astros como Raí e Ricardo Rocha.
O time mal estreou na temporada, com dois tropeços, e já aparece um abacaxi para descascar. E que atende pelo nome de Cueva. O peruano chegou das férias um pouco mais tarde do que os outros, precisa de tempo para entrar em forma e já fez cara feia porque não é titular. Ao saber que não começaria no jogo de amanhã com o Mirassol, pediu para não viajar.
Aí, já foi a primeira pisada, a "folgada" inicial. Se está relacionado, viaja e pronto. Fica no banco e aguarda a vez, como aconteceu no sábado. Foi até pedido da torcida para que entrasse no empate com o Novorizontino. A massa apostou nele.
O caldo se torna mais denso com declarações de Raí ao site tricolor. O responsável pelo futebol diz que Cueva não está plenamente comprometido com a agenda do time no momento e que, por isso, ficou fora da delegação. Mas emenda com a conversa de que o São Paulo não abre mão dele neste momento. (O clube até recusou oferta de time árabe.)
O episódio acabou aí? Não. Cueva vai pra rede social e escreve que, pelo visto, não tem tanta importância assim, já que foi afastado. E garante que tem comprometimento. Outra vacilada. Pra que o desabafo? Pra testar a popularidade? Para peitar o treinador? Para sentir o pulso dos ex-boleiros que agora estão no comando?
O São Paulo não pode brincar em 2018. Se a direção acha que Cueva não está comprometido, então que negocie saída em que não tenha grande prejuízo. Ou não venha a público dizer isso e não fazer nada. Porque a bronca pode cair no vácuo. E os desdobramentos serão piores do que eventual ausência do moço.