E quem fez a festa foram os torcedores paranaenses. O Furacão parecia presa fácil para a rapaziada de Edgardo Bauza. Tanto que tomou gol do zagueiro Maicon, novo xodó tricolor. Ele abriu o placar aos 40 minutos e fez a turma descer para o intervalo confiante em vitória que a deixaria grudado no bloco principal. Para reforçar essa sensação, a produção fraca da equipe dirigida por Paulo Autuori.
Na véspera, ele havia prometido que o Atlético iria "propor o jogo", com o que isso implicasse de riscos. Não foi o que se viu na primeira parte. Na segunda, o panorama mudou - e o Furacão também. Autuori fez algumas mexidas, a principal delas a entrada de Walter, e ocorreu a reviravolta. No sentido literal. O Atlético empatou com Otávio, aos 20, e com Hernani (outro que entrou durante a partida) aos 42. Alcançou o Tricolor no número de pontos; ambos agora estão com dez.
O São Paulo continua bem alterado, por contusões, seleções e até por problemas pessoais. O argentino Calleri deixou o estádio pouco antes do jogo, ao saber da morte de um amigona Argentina. Mesmo assim, o time cumpriu o roteiro básico das últimas apresentações, com boa posse de bola e muita finalização. O que não significa boa pontaria. Kardec, na frente, foi apagado, e assim manteve a rotina, apesar dos pedidos por mais chances.
O Atlético-PR não propôs nada, a não ser defender-se e ficar à espreita de contra-ataque, que não veio na etapa inicial. Ao perceber que o bicho não era tão feio do outro lado, animou-se, arriscou mais no segundo tempo e percebeu que subestimava a própria força. Não é que tenha sufocado o São Paulo; porém, teve eficiência nas oportunidades que apareceram.
Tenho afirmado aqui, e repito: este campeonato tende a surpreender a cada rodada. Vai demorar para cravar um bloco de fortes candidatos a levantar a taça. Se isso é bom ou ruim, só o tempo dirá.