Abel disse que o moço faltou com respeito com colegas de profissão, que não devia ter feito aquilo, que merecia um puxão de orelhas de Gaúcho. Dakson havia entrado aos 37, no lugar de Éder Luís, e aos 39, praticamente na primeira jogada de que participou, serviu Romário para marcar. O moço se empolgou, no fim, com a proeza da equipe e resolveu divertir-se um pouco e alegrar a torcida dele. Nenhum crime.
Ora, Abel, tem coisa muito mais grave no futebol do que uma firula. A violência, por exemplo. Curioso que treinadores e jogadores se incomodam mais com uma demonstração de gaiatice do rival do que uma patada daquelas de arrebentar as pernas. Estranha noção de honra essa...
Noves fora o lamento de Abel, o clássico foi espetacular nos 25 minutos finais. O primeiro tempo não foi lá grande coisa, e teve de notável uma bola na trave em favor do Fluminense. Mas, aos 25 do segundo tempo, a coisa pegou fogo. Começou com o gol de Bernardo, que deixou o Vasco em vantagem.
Os dois times aceleraram o ritmo, o tricolor reagiu de maneira incrível, com dois gols em dois minutos ¬- Thiago Neves aos 33 e Wellington Nem aos 34. O Vasco jogou o que sabia e o que podia e comandou outra virada, com Romário aos 39 e com Dedé aos 41. Depois, ainda recebeu um festival de amarelos, para Felipe Bastos (45), Alessandro (48), Dakson (49) e Pedro Ken (50), a maioria por cera.
O Fluminense agora, mais do que nunca, precisa concentrar-se na Libertadores, o objetivo maior no primeiro semestre. O Vasco tem o Estadual como etapa para aprimorar-se para a Copa do Brasil e o Brasileiro.