Comum, nessas ocasiões, ocorreram depredações, ameaças e agressões. Depois, um grupo é recebido por comissão de atletas e dirigentes para uma conversa apaziguadora. Os valentões passam o recado, quando não dão palestras para elencos, e vão embora tranquilamente, sem serem incomodados. Alguns dão declarações para meios de comunicação.
Na sequência, ao serem questionados a respeito de desdobramentos, cartolas e jogadores desconversam. Mostram indignação para inglês ver, prometem romper com as torcidas, avisam que o caso será entregue à polícia e... não se fala mais nisso. Até o próximo episódio semelhante, com as mesmas cenas e os mesmos personagens de sempre.
Por que o esquecimento? Por medo e, em alguns casos, por conivência. O pessoal do mundo do futebol sabe com quem lida nesses momentos de tensão. Sabe que não é o fanático que perde a cabeça e vai xingar; esse "zé mané" é fácil de driblar, na boa vontade ou até no mano a mano. Nas invasões está gente da pesada, com a qual é melhor não bulir. E sabe-se lá a mando de quem foram badernar...
Dá para entender - e lamentar -, quando uma multidão invade um local privado de trabalho, coloca em risco segurança de funcionários e tudo acaba se resumindo num comentário ameno, algo como: "Foram só uns tapinhas e uns chutinhos."
A violência no futebol brasileiro está longe de virar fumaça. Ao contrário...