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(Viramundo) Esportes daqui e dali

O Corinthians perde? Hoje não

Por Antero Greco
Atualização:

Há quem considere feio o jogo do Corinthians. Uma obra-prima, de fato, não é. Não se trata de um esquadrão, e isso o torcedor sabe. No entanto, não está no nível de mediocridade que muitos enxergam - e, aí, detecto mais inveja do que senso crítico.

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O Corinthians joga futebol prático, direto e de simplicidade sofisticada. O técnico Fábio Carille não é o inventor da roda; apenas teve o mérito de transformar um grupo mediano, sem estrelas, em equipe competitiva, séria, aplicada. E "limpa", que não dá botinadas, não apela para a violência como alternativa tática. Correta.

Não é por acaso que lidera o Brasileiro, com folga de 9 pontos em relação ao Grêmio (joga na segunda-feira com o São Paulo), dez para o Santos, 12 a mais do que o Fla e 14 do Palmeiras. Não caíram do céu as 12 vitórias e os 4 empates em 16 rodadas até agora. Não vieram do nada os 40 pontos, os 26 gols marcados e os apenas 6 sofridos.

O Corinthians lidera porque, até agora, é o melhor da competição. Fato, constatação.

Houve dois empates seguidos, é verdade. Não dá para manter índice de quase 90% de aproveitamento. Porém, a média se mantém muito superior à dos demais. O esquema funciona, como se viu no clássico deste domingo contra o Fluminense, no Rio.

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Mesmo sem Pablo e Jadson, baixas por algum tempo, a harmonia não foi destruída. Pedro Henrique e Marquinhos Gabriel entraram e, se não têm a fluidez dos titulares, tampouco complicaram. Encaixaram-se na estratégia definida e contribuíram para o sucesso.

Não foi um jogaço - longe disso. Em diversos momentos, prevaleceu monotonia. O ritmo lento também vira mérito alvinegro. O líder sabe segurar adversários. Na boa, na bola, na marcação. Fez isso contra os tricolores, que tiveram iniciativa, posse de bola e pouco souberam fazer com isso. Poucas vezes ameaçaram, de fato, o gol de Cássio.

Ao Corinthians bastou uma boa chance, com Balbuena aos 4 da segunda fase, para liquidar a tarefa: 1 a 0 e postura firme no sistema defensivo. Não foi espetáculo antológico, não foi "aula de futebol de encher os olhos". Mas foi, de novo, exemplo de que se pode vencer com aplicação.

É o que o Corinthians tem para o momento. Não esbanja arte, mas despeja competência para todo canto.

O mais é dor de cotovelo. A velha e manjada inveja.

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