Antes de mais nada, a constatação óbvia: vencer sempre é bom, sobretudo quando se dá a largada numa competição, com caras novas, incluída a do técnico. Como aperitivo, valeu o resultado palestrino diante de um público muito bom (32 mil pagantes), que respondeu "presente!", como prova de confiança após as contratações feitas nas últimas semanas.
Claro que o desempenho foi instável, e não poderia ser de outra maneira. Além de gente que acabou de chegar, leve-se em conta que se trata de começo de temporada, com os altos e baixos normais. As equipes demoram ao menos um mês e meio para darem ideia aproximada do que poderão mostrar ao longo do ano, para o bem ou para o decepcionante.
No caso palmeirense, alguns pontos positivos podem ser ressaltados. No gol, Jailson manteve a escrita de não saber o que é perder. Marcos Rocha foi bem e basta aplicar-se para ser dono da lateral direita. Antonio Carlos e Thiago Martins não se complicaram, assim como Victor Luís esbanjou fôlego na esquerda, o que pode fazê-lo sombra para Diogo Barbosa.
No meio, Felipe Mello rachou duas vezes, esbravejou, mas compensou com movimentação e passes importantes, como aquele que originou o primeiro gol. Tchê Tchê oscilou e depois cedeu lugar para Bruno Henrique. Dudu correu; porém, esteve abaixo do habitual e foi substituído por Keno, que entrou bem e fechou o placar.
Willian continua a ser eficiente; funcionou na marcação e ainda fez o primeiro gol do time em 2018. Borja foi um leão, a ponto de funcionar como pivô e até ajudar na defesa. Lucas Lima teve estreia muito boa, de quebra com um gol.
É um Palmeiras com muito ainda por definir, com mudanças para ocorrerem. Uma delas, evidente, a entrada de Scarpa. Mas a impressão deixada foi positiva - e o desafio de Roger será o de escolher as peças certas e rodar o elenco de acordo com as circunstâncias.
Se tiver critério, bom senso, competência (e uma pitada de sorte), Roger Machado pode transformar o grupo de jogadores numa equipe vencedora, o que Eduardo Baptista, Cuca e Valentim não conseguiram em 2017.