E, a rigor, nem os vencedores verdes tampouco os perdedores tricolores tiveram atuação notável no clássico disputado na tarde deste domingo no Allianz Parque. Ganhou a turma da casa por boas jogadas individuais e, de certa forma, por ter sido um pouco menos instável. O que não significa que finalmente tenha encontrado uma forma confiável de jogar.
Palmeiras e São Paulo continuam em busca de identidade. Com uma diferença: um time está na parte de cima da tabela (36 pontos e a quarta colocação), o outro permanece na zona de rebaixamento (23 pontos, 27 a menos do que o líder Corinthians).
No mais, se assemelham na oscilação, em falhas defensivas, em inquietação dos respectivos treinadores para encontrar o equilíbrio. Essas limitações ficaram evidente até no andamento do marcador. O Palmeiras, por exemplo, começou melhor, mas cedeu a vantagem ao São Paulo num contragolpe em que Pratto serviu Marcos Guilherme.
Os palmeirenses sentiram o baque, esqueceram o pouco de organização, se expuseram, correram risco de levar o segundo (chute de Marcos Guilherme no travessão). Mas viraram com dois belos gols de William. O São Paulo só não ficou no prejuízo porque Hernanes empatou pouco antes do intervalo.
Na segunda parte, prevaleceu a força do elenco. Dorival havia feito uma substituição forçada (Gilberto no lugar de Pratto, contundido) e ainda recorreu a Lucas Fernandes (na vaga do apagado Cueva) e Denilson (Marcos Guilherme). Não funcionaram. Já Cuca colocou Keno e tirou Bruno Henrique, depois apostou em Hyoran para a posição de Guerra e no finalzinho mandou Thiago Santos a campo para segurar a vantagem e sacou Deyverson.
O São Paulo teve espasmos de bom futebol, achou três contra-ataques e, num deles, poderia ter marcado, com Rodrigo Caio. O Palmeiras teve mais posse de bola, menos nervosismo do que em ocasiões recentes, uma pitada de ousadia e pontaria. Assim fez o terceiro, com bonita finalização de Keno, na meia-lua. E, já nos acréscimos, Hyoran fechou a conta.
As duas equipes terão dificuldade intensa até o final do campeonato. O Palmeiras dá uma respirada, porém se mantém longe do ideal. O São Paulo esboça reação, às vezes se comporta bem, mas carrega o peso da má fase. Por sorte, ou consolo, ninguém dispara à frente dele, o que lhe dá esperança - ainda grande - de evitar a Série B. Mas precisa acordar logo.