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(Viramundo) Esportes daqui e dali

Empresas pressionam Blatter. E no Brasil?

A notícia de que Coca-Cola e Mc Donald's pedem a saída imediata de Joseph Blatter espalhou-se num instante pelo mundo. As duas gigantes multinacionais com sede nos EUA são patrocinadoras antigas e fieis da Fifa, e finalmente resolveram vir a público e tomar posição firme. Demoraram a perceber o quanto faz mal para a imagem delas ter marca associada a entidade cercada por escândalos de corrupção.

Por Antero Greco
Atualização:

Embora tenha prometido entregar o cargo meses atrás, após a prisão de integrantes da "família Fifa", Blatter manteve a rotina de dar expediente na sede da instituição, em Zurique, com jeito de quem ganha tempo para a poeira baixar ou, no mínimo, para fazer o sucessor. Clara a estratégia de enrolar, de levar a situação em banho-maria à espera de vento favorável.

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Nisso, os parceiros comerciais continuam a ver logotipo expostos nas competições da Fifa e, por tabela, notam que a repercussão é negativa junto ao consumidor. E, como se dizia assim que estouraram as primeiras denúncias de desmandos, só a pressão financeira poderia acelerar o processo de renovação. É o que, se supõe, esteja a ocorrer agora.

Blatter aparentemente desdenha da postura de quem faz a roda do mundo da bola girar, mas sabe que o cerco se fecha. Se Coca-Cola e Mc Donald's caíram fora e forem seguidos por outras empresas, a Fifa terá dificuldades enormes. Ou seja, agora ou vai ou racha.

O cenário internacional inevitavelmente leva a associação com o que se passa no Brasil. A CBF também não está com cartaz nenhum e, pior, o presidente Marco Polo Del Nero se mostra reticente e evasivo, quando o assunto é Fifa e investigações de polícias dos EUA e da Suíça.

Para tornar o panorama mais constrangedor, não pôs os pés fora do País desde a prisão do antecessor na presidência da CBF, José Maria Marin, com quem andou pra cima e pra baixo desde a renúncia de Ricardo Teixeira. A alegação de Del Nero para evitar viagens é a de que está empenhado em resolver problemas internos da entidade que comanda.

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Imagine se, digamos, Itaú, Tam, Guaraná Antárctica, Ultrafarma, Vivo e outros incentivadores comerciais tiverem atitude semelhante às de Coca-Cola e Mc Donald's e notarem que há prejuízo de marketing para eles? O pessoal resistirá à pressão?

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