+O Palmeiras é exemplo marcante. No ano do centenário, flertou firme com a Série B. Por um triz não caiu pela terceira vez no período de uma década e pouco. O cenário se mostrava desanimador, principalmente com a constatação de que o elenco era horrível. Um dos piores da história recente do clube. Meia-dúzia, se tanto, teria condições de permanecer.
+Pois veio o desmanche, com a contrapartida de investimentos pesados. Em questão de dois meses, foram contratados 20 jogadores - nem todos de qualidade inquestionável - e a Oswaldo de Oliveira ficou a missão de montar um time competitivo. O técnico ainda não tem bem definido o grupo de titulares, mas conseguiu dar uma cara à equipe.
+A classificação para a final do Paulista, em cima do Corinthians, servirá para aumentar a confiança no projeto tocado por Paulo Nobre e pelo diretor Alexandre Matos. O retorno da política mais agressiva no futebol também se manifesta, com o clube a superar a marca de 100 mil sócios. Ou seja, conta com dinheiro adicional para continuar a garimpar talentos.
+O Santos parecia sem pernas, sem dinheiro, sem time na virada do ano. Por problemas financeiros, vários jogadores foram embora (Aranha e Arouca estão no Palmeiras), e se imaginava desastre técnico em curtíssimo prazo. Enderson Moreira conseguiu estancar a sangria, ao combinar bem veteranos e jovens que restaram, e dar-lhes um padrão de jogo. O treinador saiu no meio do caminho, aparentemente por se desentender com alguns veteranos.
+A troca de comando não mudou muito o Santos. A dupla Marcelo Fernandes e Serginho Chulapa deu conta do recado, assim como Robinho e Ricardo Oliveira fizeram a parte deles em campo ao encorajarem jovens como Geuvânio, Gabriel, Lucas Limas e outros. O Santos chega à sétima final consecutiva do Paulista, em prova de força, no mínimo regional.
+No Rio, a trajetória dos finalistas se assemelha à dos paulistas. Discussões políticas à parte, Botafogo e Vasco ressurgiram com o Campeonato Carioca. Para o Bota, em particular, disputar a taça Rio é impulso tremendo para o desafio de enfrentar a Segunda Divisão nacional mais uma vez (a primeira foi em 2003). Renê Simões recolheu os escombros do elenco que caiu, recuperou Bill e Jobson, formatou uma equipe modesta e acertada. Teve o melhor retrospecto na fase de classificação e vislumbra trajetória decente para voltar à elite em 2016.
+O Vasco tropicou, deu sustos na Segundona, garantiu o retorno à Série A com desempenho abaixo da expectativa. Além disso, teve convulsão política e grana curta. Deu a Doriva a tarefa de se virar com o que estava à disposição e mais alguns contratados com pouco custo. O Vasco está longe dos períodos de glória; porém, encorpa para não fazer feio em âmbito nacional. Ganhar o estadual não deve mascarar falhas, mas servirá como estímulo.