O 21.º do Santos foi merecido, apesar de episódios polêmicos. O campeão jogou como se esperava de quem precisava anular a vantagem palestrina de 1 a 0 no clássico de ida. Para tanto, Marcelo Fernandes mandou o time para a frente, além de caprichar na marcação. O Palmeiras jogou para empatar ou, na pior das hipóteses, levar para os pênaltis. Que foi hipótese nada boa mesmo.
A história principal do jogo construiu-se no primeiro tempo, com o Santos melhor e os dois gols, diante de um Palmeiras instável, nervoso (Dudu e Valdivia tomaram cartões em dez minutos) e que não chutou a gol. Desempenho medíocre da turma de Oswaldo de Oliveira, diante de um Santos animado e que teve em Robinho seu líder e condutor.
Para completar, houve a expulsão de Dudu e de Geuvânio. Para mim, exagero do juiz Guilherme Ceretta de Lima. O empurra-empurra ocorreu segundos antes do intervalo. Ele poderia ter dado uma bronca nos dois e certamente voltariam mais tranquilos para o segundo tempo.
O Palmeiras, por ironia, melhorou sem Dudu e cresceu com a entrada de Cleiton Xavier no lugar de Robinho. Passou a pressionar, Vladimir fez boas defesas, só não segurou o toque de Lucas no lance do gol. Valdivia participou da jogada - na verdade, a melhor aparição dele na partida.
O Santos sentiu o golpe, teve uma chance só (com Ricardo Oliveira, que Prass pegou) e apostou nos pênaltis. O Palmeiras voltou a complicar-se na criação e se assustou mais com a expulsão de Vitor Ramos. Nos pênaltis prevaleceu o sangue-frio santista.
A taça fica na Vila, mas Santos e Palmeiras foram ganhadores, porque se reconstruíram em pouco tempo. O desafio, agora, para cada um é: não subir no salto (Santos), não abaixar a cabeça (Palmeiras).