Se não tivesse virado o placar na Vila Belmiro, por certo o treinador teria o trabalho colocado em discussão, não importando tudo o que tem feito, na montagem de equipe moderna, no lançamento de jovens e na economia que acaba fazendo para o clube, ao vetar as tais contratações indicadas por empresários.
Foi um alívio para Dorival? Foi.
Mas o Santos não jogou bem. Ao contrário, fez um primeiro tempo mediano e poderia ter tomado mais do que o gol anotado por Marlone. Comandados por Rodriguinho, os corintianos conseguiram ditar o ritmo, sobretudo após a vantagem, e os santistas se assustaram. Fora uma cabeçada, em que a bola se chocou contra a trave de Cássio, mas Rodrigão estava impedido, a turma da casa deu pouco trabalho ao Corinthians
Rodriguinho, jogando sempre de cabeça erguida e com inteligência, quase fez um golaço aos 34 minutos, quando se livrou de dois santistas e tocou por cima. Aos 37, ele recebeu passe dentro da área, devolveu de calcanhar e deixou Marlone na cara do gol: 1 a 0 para o Corinthians. Seria também de Rodriguinho o último lance de destaque da etapa inicial, quando recebeu cruzamento da esquerda e bateu de primeira, para uma defesa importante de Vanderlei.
Com o Corinthians a jogar no esquema matreiro de Cristóvão Borges, com toques de bola, marcando com atenção e saindo em contra-ataques, se esperava a manutenção do placar. Fora o fato de ter uma das melhores defesas da competição. O Santos, sem Victor Ferraz, Ricardo Oliveira e Lucas Lima, não deveria ter poder de fogo para reagir.
Mas o Corinthians encolheu e o Santos cresceu, principalmente com a entrada de Vecchio no lugar de Thiago Maia. Embora sem muito ímpeto, foi mais à frente. Até que aconteceu o pênalti cometido pelo zagueiro Vilson sobre Luís Felipe. Vitor Bueno cobrou aos 25 minutos e empatou.
O Santos até se animou, enquanto o Corinthians se preocupava em segurar o placar. Mas não foi de nenhuma jogada de inspiração que saiu o gol da vitória. Um escanteio cobrado da esquerda chegou a Renato, que desviou de cabeça, sem chance para Cássio.
Faltavam quatro minutos para o fim, mas Dorival Júnior já começava a voltar ao normal. O peso das cobranças injustas saía de suas costas. E o Santos voltou a sonhar no mínimo com o G-4: tem 39 pontos, contra 40 do Corinthians.