Muricy Ramalho mexeu no time, e as ausências mais notáveis foram as de Toloi, Ganso (poupado), Souza (contundido) e Luis Fabiano, fora os laterais Bruno e Reinaldo. Quer dizer, mexeu bastante, com resultado decepcionante em todos os setores. Defesa e meio-campo confusos, sem contar que não funcionou a dupla Pato/Alan Kardec. Ambos participaram de poucos lances importantes, praticamente não chutaram a gol.
Equipe oscilar nem é tão grave, em fase longa como a primeira parte do Campeonato Paulista. O angustiante, no São Paulo, é a ausência de vibração. Parece que tudo vai bem, que não há com que os jogadores se preocuparem. Se o adversário faz boa marcação - e isso foi o máximo de trabalho oferecido pelo São Bento -, não ocorre nenhuma alteração no humor. Continua o toca a bola pra cá e pra lá, não como alternativa tática, mas como passatempo burocrático.
A displicência irritou torcedores. Claro que tem a turma do contra, sempre pronta a cornetar e insatisfeita com Muricy. Mas até essa teve alguma razão, porque é inadmissível um elenco como o do São Paulo se enroscar diante de um rival bem inferior. Se pelo menos a equipe corresse, se criasse muito, se vibrasse, as dificuldades seriam compreensíveis. Não com a lerdeza atual.
Ainda bem que sempre tem algum desavisado para cometer pênalti. E foi dessa maneira que veio a vitória, em cobrança de Rogério Ceni. Antes, só uma bola na trave (obra e arte de Centurión, que tem corrido acima da média dos companheiros) e uma cobrança de falta de Rogério Ceni que o goleiro Henal pegou. Depois do gol, voltou o rame-rame.
Tomara que o São Paulo esteja guardando o fôlego para os compromissos restantes da Libertadores. Se falhar no torneio continental, o agito será grande no Morumbi.