A vitória foi construída na escalação - com a entrada de Jucilei no meio e Edimar na lateral esquerda. E prosseguiu com a postura dentro de campo, sobretudo no primeiro tempo, quando surgiram os gols decisivos, com Pratto aos 13 e Hernanes aos 39.
Gols de dois dos mais experientes do grupo, dois que voltaram a ser essenciais na tarefa de Dorival Júnior de tirar o time da lama. A dupla deu conta do recado, na primeira parte. Na segunda, no período em que o Fla buscou reação, apareceu Sidão para fechar o gol. No mais, o restante da tropa paulista se sustentou bem, na tarefa de evitar novo tropeço.
Muito bem, a hora é de o torcedor são-paulino respirar aliviado, acreditar na permanência na elite e manter o apoio, como tem sido recorrente neste ano. (Mais de 32 mil estiveram no estádio histórico e que ainda pertence ao povo paulistano...)
Mas também cabem algumas reflexões. A primeira e mais óbvia: outra vez a comemoração é porque se evitou o mal maior e não uma conquista? Novamente, um dos clubes mais vencedores do futebol brasileiro passa por constrangimento? Ok, vale a brincadeira de que "time grande não cai". Porém, é necessário lembrar que fugir do descenso não é coisa de time grande.
Time grande briga por títulos - e isso tem sido raro pelos lados do São Paulo há quase uma década. Não custa lembrar que, após o tri nacional de 206, 2007, 2008, só veio uma taça: a Sul-Americana de 2012, e ainda assim numa final esquisita contra um rival frágil.
A seca tricolor é enorme, a maior dos últimos 50 anos. Se passar em branco em 2018, completará uma década perdida. Perdida dentro de campo, com equipes medianas (ou medíocres) e nos bastidores, com uma política interna ultrapassada.
O são-paulino está aliviado, mas é pouco. Ele quer a volta de conquistas, como manda a tradição do clube.