Os dois alvinegros inverteram os papéis na sessão matinal. A Ponte comportou-se com autoridade, anulou o meio-campo santista, foi agressiva no ataque e atenta na defesa. Um roteiro perfeito, que lembrou as rodadas iniciais da Série A, quando dava trabalho demais aos adversários e flertou com o bloco principal da competição. As jogadas saíam com naturalidade, as chances apareciam e o goleiro Vanderlei temia o pior.
E o pior veio já com 10 minutos de bola a rolar, com o gol de Bady. O Santos levou susto, mas achou que dava para igualar. Tanto que se expôs, se abriu e... levou o segundo, com Ferron aos 23. Daí, notou que a situação era complicada, tão delicada que via a Ponte aparecer a todo momento perto da área. E, com tamanha insistência, não deu outra: Borges aos 44 fez 3 a 0.
Pronto, aquela exibição espetacular de um grupo abalado, com um técnico pressionado (Doriva), estonteou o rival que acumulava 10 rodadas sem perder e que se vangloriava de ter ascensão forte rumo ao G-4. O Santos nãoviu a cor da bola no primeiro tempo, mesmo com o retorno de Lucas Lima, hoje um de seus principais articuladores.
No segundo tempo, a Ponte ainda teve oportunidade de fazer o quarto, o Santos redobrou atenção na marcação, incomodou um pouco Marcelo Lomba, mas jogou a toalha. Não era dia de aprontar e manter embolada a briga pela quarta vaga no topo. Ao menos, era melhor evitar vexame maior. E, para isso, tratou de segurar a Ponte. Única alternativa e mais prudente.
Como brinde, teve o gol de Longuini já nos acréscimos. Só para não dizer que voltaria para a Baixada com 3 a 0 nas costas. Fica o alerta para Dorival Júnior e rapaziada: a reação é elogiável, porém o Santos não pode permitir-se salto alto. E, por mais que se negue, houve relaxamento imprudente em Campinas. O resultado aí está.