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(Viramundo) Esportes daqui e dali

Valdivia, enigma verde

O Palmeiras tem 100 anos, e acompanho ao menos metade dessa história. Não lembro de ter visto caso semelhante como o de Valdivia em termos de contusão. Falo de jogador de ponta, daqueles importantes para o time e não dos que só servem para compor elenco. Refiro-me a camisa 10, sujeito de talento, titular sem contestação, desde que esteja inteiro.

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Por Antero Greco
Atualização:

A quantidade de vezes e os intervalos curtos em que ele se machuca são fora do comum. Semanas atrás, em levantamento feito por um site (o da ESPN) mostrava que o chileno perdeu em torno de 50% dos jogos da equipe, desde que retornou no segundo semestre de 2010.

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É muito, não é normal, não faz sentido. Ou ele tem estrutura muscular absurdamente frágil ou nunca souberam curá-lo direito. Não faz sentido, num clube com os recursos do Palmeiras, não se descobrir o que leva o Mago a ficar fora de combate com tanta frequência.

Não embarco na onda de classificá-lo como "chinelinho", pois não tenho a ficha médica dele, não compartilho com dados pessoais e restritos. Enfim, não tenho acesso a informações para dar um julgamento adequado. Mas médicos, dirigentes e comissão técnica, estes têm tudo a respeito do rapaz e passou da hora de entrarem em ação.

Uma coisa se pode fazer, sem cometer injustiça: Valdivia não está na lista dos maiores ídolos palestrinos. Se levarmos em conta títulos, regularidade, poder de decisão, assiduidade. Para mim, esses são critérios que valem. Pedrinho também era bom de bola, se machucou um monte e passou pelo clube sem deixar muita saudade.

Não adianta falar que Valdivia ajudou a evitar o rebaixamento no ano passado, com duas ou três partidas. Nem alegar que foi "o" cara do jogo com o Botafogo ao garantir classificação. É pouco, muito pouco. O palmeirense se anima e fica sempre na ansiedade, à espera da nova contusão, que falha menos do que o fornecimento de água em São Paulo. Agora, por exemplo, vem a chance de ser campeão paulista e ele fica fora, depois de atuar em três partidas, se tanto, ao fim de quase quatro meses de ausência.

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Desculpem os mais jovens, mas se for para citar só uns nomes, ao acaso, dos anos 50 para cá, no meio-campo já passaram Jair Rosa Pinto, Leivinha, Chinesinho, Rivaldo, Djalminha, Mazinho, Zinho, Edilson, Alex. E um tal de Ademir da Guia, o Divino. Esses fizeram história no Palmeiras, entram na galeria dos grandes astros.

Sem ironia, o Valdivia precisa cuidar-se. E o torcedor deve imaginar o Palmeiras sem ele.

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