O Genoa perdia para o Siena por 4 a 0, no Estádio Marassi, quando aos 8 minutos torcedores atiraram foguetes sinalizadores para o gramado e ameaçaram invadir campo. Revoltados com o resultado, que deixa o time pertíssimo da zona de rebaixamento, ainda exigiram que os jogadores da equipe local tirassem suas camisas, porque não seriam "dignos" de usá-las.
A confusão só foi contornada depois que o atacante Sculli resolveu conversar com um dos chefes da principal organizada do Genoa e conseguiu acalmá-lo. A partida recomeçou, com tensão forte, e ao final a equipe genovesa perdeu por 4 a 1. Com 36 pontos, está um à frente do Lecce, antepenúltimo. (Na Itália, caem três).
O incidente provocou reações do governo italiano, que culpou o clube por dar espaço em demasia para os ultras, como são chamadas as uniformizadas, e até da Fifa, que pede providências drásticas. Os envolvidos na confusão devem ser proibidos de ir ao estádio e o Genoa disputará suas últimas partidas como mandante (Cagliari e Palermo) com portões fechados.
Mas quem não quer mais saber do Genoa é Zé Love. Assim como seus companheiros, ele ficou assustado com a pressão inusitada e não tem dúvidas de que fará as malas o mais rapidamente possível. "Minha intenção hoje é ir embora", afirmou em entrevista para o Gustavo Hofmann e para mim, ao programa "Futebol no Mundo", desta segunda-feira, na rádio Estadão/ESPN. "Nunca passei por isso. Quero que o time consiga se livrar do rebaixamento, vou curtir férias e ficar no Brasil."
Zé Love tem certeza de que emprego não lhe faltará e diz que recebeu propostas de times de São Paulo, Rio e Minas. O Genoa entrará como uma decepção em sua carreira. E, de fato, não há muito o que comemorar: ficou quase sete meses parado, por causa de contusão. A recuperação, alega, foi culpa do próprio clube.
"A estrutura é muito, muito atrasada, em comparação com a nossa", disse Zé Love. "Era para eu ter me recuperado em três meses e meio e levei sete, por culpa do clube. Eu disse isso para o presidente. O departamento médico é ruim, está desestruturado."
Para Zé Love cabe o lugar-comum que agora soa com nostalgia: era feliz no Santos e não sabia.