Sempre é tentador alegar algo místico para explicar algo que foge à lógica. E o Corinthinas 2017 fugiu.
Fugiu, mesmo?
Há tempos um Corinthians não era tão corinthiano. Tão facilmente reconhecível. Tão terrão. Tão arquibancada. Tão óbvio.
O Corinthians e o corinthiano são muito narcisistas: e é esse o mistério da fé, a #féalvinegra.
Ter um time conhecedor das suas limitações na mesma proporção que foi consciente do seu valor e da sua eficiência inacreditável _principalmente nos clássicos e nos jogos "grandes". Ter um time que comprou o mantra "maloqueiro e sofredor". Ter um time que sentou para ouvir preleção de um ex-assistente do mesmo jeito que ouvia do campeão do mundo Tite. Ter um time que gosta de jogar com estádio cheio. Ter um time: esse é o maior feito de Carille. O ex-assistente estreou na profissão fazendo o básico: escalando goleiro como goleiro; lateral como lateral; zagueiro como zagueiro; atacante como atacante; e todos sabedores que, mais do que dribles, a torcida aplaude suor e carrinho.
O Corinthians da foto acima, o Corinthians heptcampeão brasileiro, pode não ter nenhum craque, mas é um Corinthians.
Como diria lindamente Osmar Santos, doce mistério da vida esse Corinthians.