Procurado pelo blog, o levantador de 37 anos, revelou que foi desrespeitado na seleção, que algumas situações internas são pré-definidas e que não trabalharia novamente com Bernardinho, atual treinador.
Marlon foi cortado do grupo que disputou a Olimpíada de Londres em 2012.
Após 3 anos jogando na Rússia, o jogador pretende voltar ao BRASIL e não pensa em abandonar tão cedo o esporte.
Como foram esses anos na Rússia?
Marlon: Foram 3 anos sensacionais de aprendizado no âmbito profissional e pessoal. Participar de um campeonato especialmente muito forte, com jogadores fantásticos me faz acreditar o quão longe eu ainda posso chegar e o quanto eu posso transmitir para os jogadores menos experientes, porém é um voleibol que ainda precisa evoluir muito na parte técnica e cultural.
De que maneira pretende dar continuidade a sua carreira?
Marlon: Pretendo jogar por anos ainda, pois tenho uma missão a cumprir. Espero continuar saudável para alcançar minhas metas e continuar me realizando.
Como vê Marcelinho por exemplo jogando aos 41 anos? Você pretende jogar até quando?
Marlon : O Celinho é fantástico e espero que ele tenha vitalidade para continuar mostrando que a idade é um fator duplamente positivo que agrega experiência e qualidade e não um fator de descrença. Eu pretendo jogar mais tempo do que o Celinho (rs) ...
Você recebeu tudo que tinha de direito do RJX, equipe que quebrou do empresário Eike Batista?
Marlon: Recebi todo o contrato.
Seleção. Você foi um campeão mundial em 2010. O que falar dos anos dedicados à seleção?
Marlon: Foram anos de muita dedicação e abdicação.
O Marlon foi traído? Usado?
Marlon: Traído não, desrespeitado sim. Não me sinto usado porque sei o quanto contribui com a seleção e sei reconhecer o quanto ela me ajudou profissionalmente. Eu saí satisfeito, realizado e com meu dever cumprido.
Aceitaria trabalhar novamente com Bernardinho?
Marlon: Não aceitaria.
Nos bastidores comenta-se que na seleção masculina nem sempre jogam os melhores. O que você pode falar sobre o assunto ?
Marlon: Para se definir os melhores a jogarem será sempre um conflito de pontos de vista. Muitas opções são pré-definidas e levadas até o fim por motivos que apenas ao treinador caberia explicar. Entre os jogadores existe sempre uma lealdade por aqueles que são titulares ou não, porém todos desejam o melhor e são conscientes de que precisam vencer.
Você se sente um cara realizado profissionalmente?
Marlon: Quase por completo realizado. Ainda desejo muito ser campeão da superliga e por isso que gostaria de retornar ao vôlei brasileiro e encontrar uma equipe com projeto sério e duradouro apesar do momento negativo político e econômico que o país enfrenta.