Ela faz falta. É peça rara no mercado. Difícil de encontrar. A disposição e a sinceridade nas palavras não mudam. Os anos passaram e Arlene ainda é a mesma, ou quase a mesma.
Aos 46 anos, essa mineira de Contagem vai quebrando todos os protocolos.
Autêntica, vendendo saúde e bom humor.
3 vezes campeã brasileira, Arlene conta os segredos da longevidade, diz que pretende jogar ser campeã da Superliga B, voltar para a elite e fala com carinho do técnico José Roberto Guimarães.
É dura ao comparar o vôlei do passado com o presente e não poupa críticas quando o assunto é profissionalismo.
Como você justifica tanta disposição aos 46 anos de idade?
Eu sempre gostei de jogar vôlei e me dediquei muito ao esporte. Não tenho nenhuma lesão que me impeça de estar nas quadras. O fato de amar jogar vôlei me faz quebrar paradigmas e vencer desafios. Sou uma privilegiada.
A Arlene é inquebrável? Não tem defeito de fábrica?
Não sou inquebrável não. Eu tenho é muita força física que vem vem de família. Meu problema está do pescoço para cima (Arlene ri muito).
Como surgiu a parceria com Cascavel para jogar a Superliga B?
A opção por Cascavel é simples. Eu estava em São José mas o projeto parou parcialmente e aceitei o convite. Abracei Cascavel com unhas e dentes. Aqui as pessoas são boas, profissionais e estou dando o meu melhor como sempre fiz por onde passei.
E você vai jogar até quando?
Pretendo jogar até quando meu corpo permitir e estiver ajudando meu time. Tenho que me sentir útil. Se estiver correspondendo ao me técnico e ao meu grupo vou em frente. Quero colocar Cascavel na elite e jogar a Superliga novamente de qualquer jeito.
Quais as melhores recordações do esporte?
Sempre ouvi muito os conselhos das mais velhas. Não dá para esquecer o título nacional pelo Minas em 1992, foi o primeiro. No Flamengo com o Luizomar foi especial em 2001 porque a gente tinha sérios problemas financeiros e superamos tudo. Como não lembrar que aos 32 anos fui eleita a melhor líbero do mundo em 2003 pela seleção.
E o melhor treinador?
Citar um só seria injusto, mas o José Roberto Guimarães foi importante demais na minha carreira e na transição quando mudei de posição e deixei de ser atacante para jogar de líbero. Sou grata a todos de uma forma geral e aprendi com a maioria.