Foto do(a) blog

O vôlei com conhecimento e independência

Leal: 'O sistema de Cuba não se sustentou. Meu objetivo é jogar pelo BRASIL'.

Yoandy Leal Hidalgo é hoje sonho de consumo de Bernardinho, técnico da seleção brasileira.

PUBLICIDADE

Por Bruno Voloch
Atualização:

 

É visto como 'salvação' para acabar com o incômodo jejum de 5 anos sem títulos no cenário internacional.

Mas não será agora, até porque Leal não poderia participar dos jogos olímpicos do Rio em 2016 por causa das exigências e do prazo estabelecido pela FIVB (Federação Internacional de Vôlei), regra mundial.

 Foto: Estadão

O BRASIL sofre não é de hoje também nas pontas e conta apenas com Lucarelli. E só.

Leal é unanimidade.

Se na bola o cubano se garante, não dependerá dele vencer a política e o preconceito daqueles que são radicalmente contra a presença de 'estrangeiros' na seleção.

Publicidade

http://esportes.estadao.com.br/blogs/bruno-voloch/preconceito-e-ameaca-ao-senado-no-caminho-do-cubano-leal/

Leal, simpático ao extremo, quebrou o silêncio e conversou com exclusividade com o blog.

Falou sobre todos os temas e deixou claro que tem como principal objetivo jogar pela seleção. O jogador ressaltou porém que não depende apenas de sua vontade e que não conversou com Bernardinho sobre o assunto.

Como surgiu a iniciativa da naturalização?

Isso tudo surgiu de uma conversa minha com meu agente, o Alessandro. Eu falava que queria ter a chance de jogar pela seleção. E como eu já estava aqui há muito tempo, a gente começou o processo. Essa foi a primeira iniciativa de tudo. Eu tinha esse interesse e ele começou a olhar as coisas que eu teria que fazer para conseguir a nacionalização.

Publicidade

Qual a sensação agora com o processo em andamento?

Eu estou muito feliz por tudo ter dado certo. Foi quase um ano e meio tratando de virar nacionalizado e isso para mim isso é muito importante. Mas o principal é eu conseguir jogar pela seleção. Esse é o meu grande objetivo.

 Foto: Estadão

Você voltaria para Cuba?  Sua família ainda está lá?

Sim. Para passar férias. Minha esposa e meu filho vivem comigo no Brasil, mas a maior parte da minha família está lá.

Apesar de ter conseguido a vaga para Rio 2016, Cuba passou 16 anos fora dos jogos olímpicos. Quem foram os responsáveis? E o sistema?

Publicidade

Acho que esse problema passou pelos dirigentes, que não entendiam os jogadores. Nós tínhamos muito resultado mas não ganhávamos praticamente nada, não tínhamos como manter a família. É um sistema que não se sustentou. Pelos resultados, os atletas tinham que ter uma vida melhor. E muitos cubanos saíram em busca disso.

Qual a importância do Cruzeiro na sua vida profissional?

Acho que foi o time que mais confiou em mim como jogador, o clube me ajudou a mudar minha vida, totalmente diferente do que vivia em Cuba. Construí minha vida profissional aqui, também evolui como jogador e ganhei muitos títulos. Tem quatro anos que eu cheguei aqui, fui muito bem recebido e espero seguir com essa relação que tenho com o Sada Cruzeiro.

 Foto: Estadão

Você esperaria mesmo 2 anos pra jogar na seleção? 

Eu já jogo no Sada Cruzeiro há quatro anos e pretendo continuar defendendo o clube. Acredito que hoje estou no melhor momento da minha carreira e acho que seria um processo natural até defender a seleção. É claro, se eu for chamado.

Publicidade

Já foi procurado pelo Bernardinho?  Trabalharia com ele?

Eu não conversei com Bernardinho sobre isso. Acredito que ele gosta do meu trabalho. E é claro que eu trabalharia com ele. Para mim é um dos maiores treinadores do mundo, com muitos títulos conquistados.

O Leal seria bem recebido por todos os jogadores? 

Seria uma coisa totalmente nova e diferente para eles, mas acho que eu seria bem recebido sim. Já tenho falado com muitos jogadores da seleção, principalmente com Lucão. Ele me incentiva muito e está torcendo para eu ir para lá. Aqui no Sada Cruzeiro já tem quatro jogadores que são da seleção. Então creio que eu seria bem recebido.

 Foto: Estadão

Como seria jogar contra cuba?

Publicidade

Eu sou profissional. Se tivesse a oportunidade de jogar contra eles eu ia fazer o meu trabalho. Então acho que não teria problemas para mim.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.