SÃO PAULO - Se bens como o Parque São Jorge ou dinheiro em contas bancárias seriam enviados à Santa Casa caso o Corinthians deixasse de existir (como relatado no post anterior), os troféus, medalhas e outros objetos referentes às conquistas esportivas do clube, em todas as modalidades, passariam para o Museu Paulista, historicamente conhecido como Museu do Ipiranga.
Seria mais ou menos feito o transporte do Memorial do clube, localizado na entrada principal do Parque São Jorge, que hoje abriga as principais taças, além de uniformes históricos e fotos antigas. A taça do Mundial de Clubes de 2000 é guardada na sala da presidência, hoje de Andrés Sanchez.
DIFERENTE DE UMA EMPRESA Essa escolha não foi aleatória, porque já aparecia no estatuto anterior do Corinthians. "É algo obrigatório em estatutos de uma associação, você explicar o que seria feito em caso de dissolução. Se não tem isso no documento o cartório nem registra", explicou Luiz Felipe Santoro, advogado do clube.
O torcedor, claro, abomina a ideia de o clube fechar suas portas um dia, mas é preciso constar em documento o que seria feito com tudo o que pertence à associação.
Uma estrutura como a do Corinthians é muito difícil de acabar. Por exemplo: a dívida atual do clube é de R$ 100 milhões. Qualquer empresa com este valor de passivos já estaria à beira da falência. A maior parte da dívida é com o Governo (impostos), seja Federal ou Estadual, e por isso são parceladas a longo prazo.
No início da década passada, vários times de futebol desapareceram - alguns até campeões, como o São Bento da capital. Outros com problemas financeiros. Algo impensável hoje em dia. E no caso do Corinthians precisaria ainda ter a aprovação dos associados. Você imagina algum corintiano votando pelo fim do Corinthians?
Texto publicado no 'Jornal da Tarde' de 12/2/2010, em caderno especial
