Dorival que foi "garantido" no cargo pelo diretor de futebol Vinícius Pinotti, em coletiva de imprensa nesta terça-feira,, mesmo em caso de derrota do time no próximo compromisso pelo Brasileirão, no domingo que vem, diante do Vitória - rival na luta contra o rebaixamento -, em Salvador. Bem, exemplos anteriores já demonstraram que esse tipo de declaração de um cartola é indício de que o oposto poderá ocorrer.
O treinador parece estar perdido. Anda fazendo treino com 13 jogadores no time (!!!), muda a escalação com frequência e não consegue dar a consistência necessária para que a equipe consiga se reabilitar na competição. Sempre falta algo, um detalhe que faz o time deixar as vitórias escaparem por entre os dedos.
O elenco, que perde confiança a cada rodada, já está recebendo apoio de uma psicóloga. Líderes do grupo parecem não se entender. Jogos em que o São Paulo deveria ser favorito se complicam. A bola claramente "queima" nos pés de muitos jogadores. Além disso, os torcedores - mesmo apoiando de forma muito bonita a equipe, lotando o Morumbi - estão cada vez mais preocupados com o risco do descenso, fato inédito na história do clube seis vezes campeão nacional, tricampeão da Copa Libertadores, bicampeão intercontinental e campeão mundial.
O único homem que parece destoar dessa incompetência generalizada no São Paulo - e que começa pela diretoria, a principal culpada pela crise - é o volante Hernanes, que voltou do futebol chinês neste ano para tentar salvar o clube paulista. Batizado de "profeta" pela torcida, o jogador tem feito grandes exibições - com direito a golaços de falta -, mas ele não terá condições de carregar o peso todo nas costas.
O São Paulo precisa se encontrar e tem pouco tempo para tanto. São 15 rodadas para o fim do campeonato. Parece muito, mas os confrontos ficam cada vez mais difíceis. Além do mais, o emocional passa a pesar muito. Ainda mais nos clubes acostumados com títulos. O técnico Dorival Júnior tem que decidir quem está com ele e alguns jogadores criar vergonha na cara.
Quanto à diretoria, essa não tem perdão. Ao buscar a sua eleição, o presidente Leco destruiu o planejamento do clube e poderá entrar para a história como o dirigente que levou o clube à Série B do Campeonato Brasileiro pela primeira vez. Como disse o repórter Daniel Batista, do Estadão, meu amigo, ele é o Arnaldo Tirone do São Paulo. Ótima comparação. Mas não nos esqueçamos de que o São Paulo já vem capengando há alguns anos. Outros mandatários também têm culpa no cartório.
Em tempo, a oferta de Muricy Ramalho, hoje comentarista do canal Sportv, de auxiliar o São Paulo de graça é louvável e mostra o amor que o ex-jogador e treinador tem pelo clube tricolor. No entanto, pode ser até prejudicial para ambos se a parceria não for muito bem pensada.