PUBLICIDADE

Foto do(a) blog

Provas de rua de A a Z

No Pain, No Gain

Ao contrário do que diz esta célebre expressão, a dor é um sinal de alerta que algo vai mal no seu corpo, não que você está evoluindo na sua corrida. #corridaparatodos #desafiocorridasemlesão #dor #corridaderua

Foto do author Silvia Herrera
Por Silvia Herrera
Atualização:

Quem alerta é o médico anestesista Irimar de Paula Posso, presidente da Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor (SBED), que a presentou os resultados da 3ª edição da pesquisa "A Dor no Cotidiano", encomendada pela Advil (Pfizer Consumer Healthcare) conduzida pelo Ibope Conecta em julho de 2017.

 Foto: Estadão

PUBLICIDADE

Com nove maratonas no currículo, Irimar nunca sentiu dor praticando corrida de rua. Sua primeira maratona foi a de São Paulo, que participou só para ver como era e acabou parando na USP. "Você tem que se preparar, trabalhar o condicionamento físico, praticar regularmente sem exageros e com acompanhamento profissional", orienta. O tempo médio de Irimar em maratona é de 3h30.

"Corro sempre contra mim mesmo e nunca desafiei meus limites. É um momento só meu, de pensar na vida, aproveito para isso", acrescenta. A maratona que ele mais gostou até agora foi a de Paris. "O acesso para chegada é fácil e o trajeto é lindo. A que mais odiei foi a de Nova York, largada longe de tudo, e a chegada é no Central Park. Acordei às 4 da manhã e fiquei esperando no frio, das 6h às 9h. O terreno também é difícil, as pontes de metal tem vãos, tem que ficar de olho. Em Chicago também adorei, fiquei hospedado no Hilton, em frente a largada. Quando terminei dei de cara com a campeã, já de banho tomado toda arrumada para dar entrevistas", lembra o médico (foto abaixo).

 Foto: Estadão

Ele explica que a dor aguda é fisiológica. É um sinal que você ultrapassou o limite do seu corpo. Irimar cita o recente caso da despedida do velocista Usain Bolt, no revezamento 4x100m, no Mundial de Londres em agosto (veja o vídeo abaixo). "Os atletas profissionais ultrapassam o limite do saudável diariamente, por isso a carreira deles é tão curta. Bolt, por exemplo, se lesionou na corrida da despedida, ficou claro no semblante dele a dor que ele estava sentindo. Ser atleta profissional não é saudável, O saudável é não sentir dor por conta da prática esportiva e assim ter longevidade no esporte", compara.

A dor do brasileiro

Publicidade

Mil novecentas e cinquenta e quatro pessoas foram entrevistadas, online, durante o mês de julho. Eram homens (47%) e mulheres (53%) acima dos 16 anos, de todas as classes sociais e regiões do Brasil. Os dados das edições anteriores foram ratificados. A dor campeã é na cabeça (76%), seguida por dores nas costas (65%) e musculares (63%). "A principal causa das cefaleias é a ansiedade e ela é mais presente na população mais jovem", destaca Irimar.

 Foto: Estadão

O médico ensina que há dois tipos de dor: aguda, que é uma função fisiológica, um alerta que algo errado aconteceu no seu organismo e deve ser tratado; e a crônica: quando dura mais de três meses. "O segredo é não deixar uma dor aguda se tornar crônica. A dor aguda tem tratamento mais simples. Dor crônica é doença, às vezes não tem cura", observa. Ele acrescenta  que um amigo médico tinha uma dorzinha na lombar e se automedicava, até que a dor ficou insuportável, mas já era tarde. Diagnóstico: câncer de próstata que se alastrou para os ossos. "Cada pessoa tem uma tolerância diferente para dor, mas sentir dor nunca é normal. Sentir dor nas costas é frequente no ser humano, porque éramos quadrúpedes e evoluímos para bípedes, mas sentir dor na lombar pode ser grave e deve ser investigado", alerta.

Aquela dorzinha que aparece quando muda a série da musculação também não é normal, indica que você ainda não estava condicionado para fazê-lo. "Nosso organismo é preguiçoso e a atividade física tem que ir evoluindo gradualmente, sem dor. Sedentários, com dores até articulares, que começam a fazer caminhada com orientação profissional apresentam melhora na dor. Fazíamos uma caminhada em todo o país, mas por conta da crise ficamos sem patrocinador e tivemos que parar este ano. Era um programa muito interessante", conta.

Na pesquisa, o principal fator desencadeante da dor nas costas é a má postura. E as musculares, por falta ou excesso de exercícios. Maior causa de afastamentos do trabalho é a dor nas costas. Lendo e refletindo sobre pesquisas como essa para mim fica claro: praticar esportes sempre é o melhor remédio! Bora treinar! #nadaatrapalhameucaminho

Confira a corrida de despedida de Usain Bolt - canal IAAF (Federação Internacional de Atletismo

Publicidade

 

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.