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Análise e notícias de MMA

Frank Mir, o rei oportunístico

Ameaçado de demissão, o lutador norte-americano precisará tirar mais um coelho da cartola se quiser vencer Antônio "Pezão" Silva

Por Fernando Arbex
Atualização:

É duro falar isso de um cara que foi duas vezes campeão peso pesado do UFC e compete em alto nível desde 2001, mas Frank Mir não é um grande lutador. Chamá-lo de ruim é exagero, mas o norte-americano é um caso de um atleta que não acompanhou a evolução do esporte e hoje vive de lampejos - que não vêm desde a fantástica kimura aplicada em Rodrigo Minotauro, em dezembro de 2011. Vindo de quatro derrotas consecutivas, Mir entra como azarão contra o brasileiro Antônio "Pezão" Silva e dependerá neste domingo, no combate principal do UFC Fight Night 61, de algum momento de brilhantismo para salvá-lo, algo que já aconteceu em outras oportunidades.

Nick Laham/Zuffa LLC/Zuffa LLC via GettyImages Foto: Estadão

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Francisco Miranda III - que tem o mesmo latino nome de batismo de seu pai e avô cubanos - é lento, normalmente luta fora de forma, tem uma absorção de golpes ruim, costuma ser facilmente acertado por falta de movimentação da cabeça, tem um jogo de quedas fraco e o pior clinch que eu já vi na vida. Sua especialidade é o jiu-jitsu, a arte mais fácil de ser anulada atualmente no MMA, em razão das regras (limite de tempo, uso de luvas etc) e do fácil acesso a treino de alto nível em qualquer academia respeitável. O que Mir mostrou de tão especial até aqui? Um senso de oportunidade único.

Mir, ainda um faixa roxa em 2001, estreou no UFC finalizando Roberto Traven, um dos maiores competidores de jiu-jitsu da história, com e sem quimono. O brasileiro sofreu um knockdown e quando se deu conta ele estava contra a grade, pego com uma chave de braço. Em seguida, o ex-desafiante ao título Pete Williams cedeu a uma submissão que ficou conhecida como "Mir lock", ataque que consiste em puxar o cotovelo do oponente para dentro e sair com o quadril para o mesmo lado, movimento que forçou a articulação do ombro de Williams.

Depois de uma derrota para o inglês Ian Freeman, Mir facilmente despachou o pouco competitivo Tank Abbott com uma americana no pé e derrotou duas vezes o também nada ameaçador Wes Sims (uma por desqualificação após sofrer golpes ilegais e outra por nocaute com uma bonita joelhada seguida de socos). Azarão em uma disputa de título contra o gigante Tim Sylvia, Mir se tornou campeão do Ultimate ao, da posição da guarda, encaixar uma chave de braço que quebrou o membro do rival.

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Após um acidente de moto que lhe custou a perda do título e múltiplas lesões, dois anos de inatividade e três atuações abaixo da média depois de retornar ao octógono (incluindo duas derrotas por nocaute), Mir voltou a brilhar quando pegou Antoni Hardonk com uma kimura e Brock Lesnar com uma chave de joelho. O peso pesado recuperou seu status de atleta de ponta e, em dezembro de 2008, teve a melhor atuação da carreira quando se tornou o primeiro homem a nocautear Rodrigo "Minotauro" e conquistou o cinturão interino dos pesos pesados.

O Frank Mir do UFC 92 nunca mais apareceu, ele não apresentou de novo estar tão em forma, leve, mostrando ótima fluidez de golpes e rapidez. Em seguida, foi destruído na revanche contra Brock Lesnar, venceu Cheick Kongo em um combate curto, mas tão brevemente quanto foi nocauteado por Shane Carwin. Mir, depois, somou três triunfos, mesmo atuando muito mal; nocauteou Mirko Cro Cop, derrotou Roy Nelson na decisão dos juízes e repetiu o ineditismo de anos antes para se tornar o primeiro lutador a finalizar "Minotauro" - de maneira espetacular.

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