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Domenicali: O problema de Felipe é de autoconfiança

Por liviooricchio
Atualização:

11/VI/11

Livio Oricchio, de Montreal

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Nessa entrevista exclusiva ao Estado, ontem em Montreal, onde hoje será disputada a sessão de classificação do GP do Canadá, Domenicali responde objetivamente se teme ser substituído: "Não. Honestamente não tenho nenhum receio".

E como não poderia deixar de ser, aborda a delicada questão Felipe Massa, de contrato assinado para a próxima temporada, mas com desempenho bem abaixo do companheiro, Fernando Alonso. "O problema de Felipe é de autoconfiança", define. "Este ano é fundamental para sua carreira, digo como piloto, não como piloto da Ferrari."

Estado (E) - Para você, o campeonato deste ano já acabou e Sebastian Vettel e a Red Bull já são os campeões? E o que a Ferrari está fazendo para produzir carros que não estejam aquém da concorrência?

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Domenicali (D) - As próximas duas ou três corridas serão decisivas. Elas nos dirão se podemos pensar, ainda, em algo neste ano ou se valerá mais a pena nos concentrarmos no projeto de 2012. Estou otimista, mas também sou realista. A Red Bull está muito bem. (Vettel lidera o Mundial depois de seis etapas com 143 pontos enquanto Alonso, quinto colocado, soma 69.) Quanto a mudanças, já fizemos uma (a saída de Costa). Mais, vamos ver. (Sabe-se que a Ferrari está tentando contratar técnicos de comprovada capacidade de outras equipes).

E - Há um temor no Brasil de que Felipe Massa pode ser dispensado pela Ferrari no fim do campeonato, por causa dos fracos resultados. Procede?

D - Felipe quer oferecer bem mais do que tem feito, estamos sempre juntos, conversamos bastante. Não há diferença de tratamento dentro do time e ele sabe disso. O que acontece é que Felipe é mais sensível a esses carros sem elevada aderência. Suas dificuldades são amplificadas com a característica desses carros. O importante é as pessoas entenderem que não há pressão sobre ele e sim apoio total. Sabemos que pode ser mais rápido. Em determinadas circunstâncias, até mais de Fernando. Mas é preciso ter autoconfiança. A Ferrari é sempre leal e tem paciência. Agora, Felipe tem de resgatar sua autoconfiança como piloto, para o próprio futuro da sua carreira.

E - E se ele não corresponder a esse apoio e paciência citados por você?

D - Aí vamos ver. (Nesse momento, o assessor de imprensa da Ferrari, Luca Colajanni, lembra que o presidente da empresa, Luca di Montezemolo, afirmou, recentemente, que Massa tem contrato para 2012 e não há dúvida de que o compromisso será cumprido. Na conversa, Domenicali não se esquivou de dizer: "Fernando é a referencia da equipe". E dá a entender que as dificuldades de Massa estão relacionadas a compartilhar a escuderia com um superpiloto como Alonso, capaz de desestabilizar, pela competência, seus companheiros).

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E - A revista italiana Autosprint publicou que vocês procuraram Nico Rosberg.

D - Eu li. Posso garantir 100% que não tivemos nenhum contato.

E - O contrato das equipes com a FOM termina no fim do ano que vem. Como você vê o futuro da Fórmula 1?

D - O momento é muito importante. Se não decidirmos juntos, agora, pagaremos um preço alto no futuro. (A Ferrari defende abertamente completa revisão de quase tudo o que faz Ecclestone). Um grande espetáculo se faz com grandes atores. Por isso será importante trazer as montadoras de volta. (Hoje, com envolvimento direto, há apenas a Fiat e a Mercedes).

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