A primavera árabe está vivíssima nesse pequeno país do Golfo Pérsico. Com a aproximação do GP de Bahrein, o movimento contrário à realização do evento ganha força a cada dia. O Twitter tem sido utilizado para massificar o protesto. "Pare, meu sangue está fluindo" e "Corrida sobre sangue" receberam milhares de adesões. Os opositores ao regime da dinastia Al-Khalifa exigem, essencialmente, o mesmo da maioria das outras nações do mundo árabe cuja população saiu às ruas, disposta a tudo, para romper a tradição que fez seus líderes sentirem-se donos do país, em detrimento total da qualidade de vida dos seus cidadãos.
De acordo com a Força Jovem da Revolução de 14 de Fevereiro, dezenas de jovens se reuniram domingo, em Abu Saiba, região oeste de Manama, a capital do país, para protestar contra a chegada da Fórmula 1 e a morte de Ahmed Ismael Abdulsamad, sábado, atingido por tiros provenientes da polícia, segundo a organização.
Esse é um cenário comum nas ruas de Manama, hoje: unidades blindadas armadas enfrentando manifestantes com seus coquetéis molotov. Mais: protestantes antecipando aos dirigentes da Fórmula 1 que não irão permitir que o governo de Bahrein capitalize com a realização do GP, enquanto parte importante da população experimenta todo tipo de necessidades.
Os equipamentos das equipes embarcam sábado em voos fretados de Londres e Milão para Xangai, onde dia 15 será disputada a terceira etapa do campeonato, o GP da China. E já no dia seguinte à prova tudo deverá, se confirmada a corrida no circuito de Sakhir, estar voando para Manama. Em Sepang, durante o GP da Malásia, integrantes das equipes conversavam informalmente com a imprensa. Lembraram que as companhias de seguro já lhes haviam manifestado preocupação com sua viagem para o país árabe em estado beligerante.