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Tabelinha entre tática, opinião e informação

A lista de Dunga

Nesta quinta-feira, o treinador vai revelar os 23 atletas, da lista de 40 jogadores, que vão representar o Brasil na centenária Copa América, e a escolha potencialmente poderá servir de combustível a quem não acredita na capacidade de Dunga em devolver ao Brasil o futebol bem jogado.

Por Maurício Capela
Atualização:

O futuro ainda é incerto, a especulação ainda é enorme e o destino está longe de qualquer definição. A Seleção Brasileira de Dunga caminha para momentos decisivos. E a convocação para a centenária Copa América, marcada para esta quinta-feira, vai funcionar não como analgésico, mas sim como catalisador de critérios, em uma trajetória que anda repleta de senões.

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Pressionado, cobrado e fustigado, Dunga conhece cada estágio desse percurso. Desde os tempos de jogador, o então capitão do Tetracampeonato, conquistado na Copa do Mundo em 1994. sabe que sendo jogador ou treinador, a Seleção Brasileira vive e respira resultados.

No entanto, a fórmula sempre aplicada, hoje, traz novo elemento. Além da expectativa em direção à conquistas, a Seleção Brasileira anseia pela retomada de futebol bem jogado. E Dunga tem tido dificuldades para entregar tamanho anseio.

Em outras palavras, a convocação desta quinta-feira somente vai servir, mais uma vez, para expor os critérios do treinador, que ao criar uma lista com 40 jogadores, se colocou desnecessariamente no centro do debate. Qual seja? Justamente, a discussão sobre critérios.

Talvez o maior calcanhar de Aquiles de Dunga não seja a ausência de resultados... Talvez o maior problema do treinador resida justamente nos critérios, que atingem centralmente a qualidade de jogo apresentada pela Seleção.

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Ao ter criado a lista, Dunga imediatamente se colocou na linha de tiro, porque hão de surgir perguntas, análises e reticências em direção a um ou outro nome. E, neste momento, era tudo que Dunga não precisa: dúvidas em direção à capacidade de avaliar atletas e uso tático.

O atual treinador da Seleção tem senões demais pela frente. Classificar o País para a Copa do Mundo, conquistar a medalha olímpica, conquistar a centenária Copa América... Desafios que já serviriam para testar crenças, observar virtudes, debater erros a respeito do treinador. A lista, portanto, se torna um ferramental de observância totalmente desnecessário ao treinador.

Agora, mediante uma lista com 40 nomes, Dunga necessariamente precisará expor porque vai optar por um jogador mais marcador no meio de campo e não por um sujeito criativo, um volante moderno, desses que propõe o jogo, por exemplo. Eis o debate!

Trocando em miúdos, a trilha para Dunga anda bastante sinuosa, cheia de percalços. Um fracasso olímpico, somado a novo desempenho ruim nas Eliminatórias para Copa do Mundo, potencialmente poderá tirá-lo do posto de treinador da Seleção. E a convocação desta quinta-feira somente servirá como referência, como base para expor argumentos a quem já faz tempo pensa que o melhor a fazer para o futebol brasileiro seja a simples troca de treinador, quando, na verdade, Dunga é só produto da desarticulação do futebol verde-amarelo, que já dura pelo menos duas décadas.

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