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Brasil: longe do ideal no Sub-20

Seleção sofre para vencer a Venezuela por 2 a 0 e mostra o mesmo futebol que domina o futebol jogado no País: correria.

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Por Maurício Capela
Atualização:

A primeira competição pós-Copa do Mundo para o Brasil rola solta no Uruguai. E mesmo não se tratando da equipe dirigida pelo técnico Dunga e tampouco de um Mundial, o fato é que a Seleção Sub-20 de Alexandre Gallo neste Sul-Americano da categoria tem muito a dizer. E mostrar!

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Os rótulos de celeiro de craques, País do futebol e tantos outros têm sofrido com o desempenho do Brasil. O escrete canarinho, além de ter naufragado na Copa do Mundo de 2014, também não anda bem das pernas nas competições do Sub-20.

Há dois anos, a Seleção da categoria foi eliminada na primeira fase e conseguiu o feito de ter realizado a pior campanha da história na competição.

Portanto, é fato que a meninada do Brasil tem um fardo bem pesado para carregar nesse torneio. Um bom desempenho, todos sabem, amenizaria a má impressão do Mundial e daria recado certeiro de que o País teria capacidade de iniciar um processo de recuperação.

Mas Gallo, pelo jeito, terá muito trabalho pela frente. E não só nesta competição, mas também nos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro.

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A julgar pelas partidas iniciais, os meninos do Brasil retratam fielmente o jogo que se pratica nos campeonatos brasileiro e estaduais profissionais. E também nas competições locais do Sub-20: correria.

Talvez, diante da Venezuela, um jogo em que o Brasil venceu por 2 a 0 já no fim da partida, tenha ocorrido o ápice desse futebol veloz, mas pouco coordenado. Um estilo de jogo em que a bola dificilmente passa pelo setor de meio de campo, já que a aposta é abusar do passe longo em direção às pontas, à espera de quem sabe um lance individual ou mesmo de uma rápida articulação de linha de fundo.

Gallo, honestamente, tem pouco a fazer. Como técnico da Seleção dessa categoria, resta o papel de convocar o que há na praça e aprimorar aquilo que for possível. O ponto crucial mesmo está na base dos clubes. É ali, onde tudo e nada acontece.

De quase uma década para cá, o futebol brasileiro se especializou em formar jogadores velozes de lado de campo e que tenham o pé calibrado. Ou seja, bons arrematadores, principalmente em jogadas de diagonal.

Jogadores assim costumam ter mercado e ainda reforçam a crença de que o Brasil continua revelando bons atacantes. Algo discutível.

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O fato é que o torneio mal começou e já vai ficando clara a história de sempre, que acompanha o futebol de base. O Brasil não revela mais meias. Não há e os que existem talvez precisem de mais tempo para amadurecer.

Em outras palavras, é preciso qualificar de vez a categoria de base sob pena da síndrome do passo perdido. Ou seja, hoje ainda se pode falar em entressafra, mas se nada melhorar logo será norma vigente. E se passar à regra, o Brasil terá deixado para trás, muito para trás, o limite do aceitável, o que tornará extremamente difícil recuperar terreno. Os sinais estão todos aí, basta enxergá-los.

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