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Tabelinha entre tática, opinião e informação

Copa América e Eurocopa, espelho um do outro.

A ideia de que a Eurocopa era uma Copa do Mundo sem Brasil e Argentina está indo para o ralo a cada ano, fruto de uma nova maneira de encarar o esporte, que no século XXI opõe e une, com igual competência e capacidade, o talento e a tática.

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Por Maurício Capela
Atualização:

Máximas, ditados e futebol sempre andaram de mãos dadas. Uma das mais óbvias, e não menos interessante por isso, dava conta que a Eurocopa, a competição de seleções europeias, era uma Copa do Mundo sem Brasil e Argentina, e talvez Uruguai.

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Mas o tempo passou, o século virou e essa máxima vive seus dias de divã. Será ainda possível estabelecer essa conexão direta, sem um pingo de reflexão?

Uma rápida passada d'olhos nos jogos da Copa América centenária, que acontece nos Estados Unidos, dá a exata dimensão para quem ainda imaginou que a Copa do Mundo no Brasil foi uma obra do acaso, com a ascensão de Chile, Colômbia, Costa Rica, entre outros.

É claro que sim, sim o futebol brasileiro, menos, e argentino, mais, continuam sendo as duas grandes forças do continente americano em matéria de futebol. Mas já não são hegemônicos. Não mais!

Hoje, é impossível ignorar a força do Equador, da Colômbia, do próprio Peru e a firmeza do Uruguai, que sempre, é verdade, mesmo nos piores momentos, esteve par e passo com Argentina e Brasil.

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O futebol verde-amarelo, contudo, vive um drama de concepção, não de talento. Falta diálogo com o contemporâneo, com o que se desenvolveu de tática, de filosofia de jogo mundo afora. Mas isso não é novo. Bem... Não deveria sê-lo, uma vez que a Copa do Mundo já demonstrou que os adversários partiram para uma definição de estilo de jogo raramente observada em qualquer esporte.

No entanto, esse cenário não se limita ao continente americano. Também ocorre na Europa. Mais precisamente, na Península Ibérica.

A Espanha definiu um estilo de jogar futebol. Ganhou títulos e reconhecimento. Mas mesmo Portugal, que ainda não amealhou caneco algum, se desenvolveu no jogo. No jeito do jogo. E hoje são escolas.

O futebol espanhol serve de inspiração para muitos e o português também. Veja por onde andam os técnicos portugueses e os jogadores espanhóis... Percebeu a nuance? Um lida com talento, Espanha, o outro com estratégia de jogo, Portugal.

Nas Américas, há também similares. A Colômbia é talento. O Peru, o Equador e até a Venezuela são tática.

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É, portanto, em meio a esse emaranhado de nuances que a seleção verde-amarela estacionou. Parece que lhe foi tirada o chão, o suporte. E enquanto não se resolver isso, o Brasil viverá de talentos, cada vez mais raros, e que desprovidos de pensamento tático jamais terãosuporte para emergir no cenário mundial individualmente e como Seleção, como Seleção Brasileira.

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