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Tabelinha entre tática, opinião e informação

Fim da "Neymardependência"?

Convocação de Fernando Prass e de Douglas Costa por Rogério Micale guarda potencial para dividir a responsabilidade de liderança e técnica, respectivamente, com Neymar na Seleção Brasileira.

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Por Maurício Capela
Atualização:

Rogério Micale, o técnico da Seleção Brasileira olímpica, acertou em cheio. Acertou na lista dos 18 jogadores, no esquema tático adotado e, principalmente, nos atletas acima dos 23 anos. Se vai dar certo ou não, se o Ouro virá ou não, é outra história. Um outro capítulo.

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Contudo, o chute certeiro de Micale se materializa mesmo nos jogadores acima dos 23 anos. Além de Neymar, o treinador convocou o goleiro do Palmeiras, Fernando Prass, e o atacante do Bayern de Munique, Douglas Costa. E essa combinação, além de favorecer o Brasil nos Jogos, tem tudo para potencialmente atacar uma das mais emblemáticas questões da Seleção, a "Neymardependência".

Por quê? Simples. Prass tem suficiente estofo para exercer liderança sobre os demais atletas, assim como já o faz no Palmeiras. E Douglas Costa tem capacidade técnica para dividir o protagonismo com o craque do Barcelona.

O ponto de inflexão nessa equação, no entanto, vai se dar no comportamento de Neymar, assim que as características de Prass e Douglas Costa alcançarem diretamente o viés de protagonismo até então exercido por ele na Seleção.

Pelo histórico, o jogador do Barcelona não deverá mostrar incômodo algum. Até porque o fardo é pesado demais. Ser um jogador tecnicamente superior aos demais e ainda assim carregar as atenções de Capitão, entre outras, mostra-se uma combinação nada favorável.

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Em outras palavras, Neymar, inclusive, poderá se sentir aliviado ao dividir tais funções com esses dois jogadores. E se assim o for, a tendência é que o craque do Barcelona elevará a produtividade em campo, o que, na prática, colocará o Brasil em um nível ótimo de competitividade.

Agora, se receber mal a divisão de tarefas, o efeito inverso será letal. Para ele, Neymar, para Micale e, claro, para a Seleção. A letalidade poderá ser tão aguda, que há condições, em última análise, de atingir até o futuro técnico do Brasil, Tite, em decisões logo ali na frente.

Contudo, qualquer risco nessa aposta é válida. É válida, porque o Brasil precisa de novas lideranças, novas filosofias e novas estratégias. E o tempo não poderia ter sido melhor escolhido, uma vez que o resultado desse ambiente olímpico, ao combinar tantas dúvidas e tantas nuances, deverá servir  a Tite imediatamente. Não em um ponto futuro. Não! Será logo ali mesmo, na próxima convocação. Nessa, portanto, foi gol... E desta vez não foi da Alemanha, foi do Brasil mesmo!

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