Líder do Campeonato Brasileiro, três semifinalistas da Copa do Brasil, nenhum clube na zona do rebaixamento da disputa nacional, eis o futebol paulista em 2015. E seu desempenho ótimo vai além. Escancara as diferenças entre administrar um clube em um sistema de disputa de pontos corridos e na fórmula eliminatória.
Se não, olhe de perto o tal desempenho. Dos três clubes do Estado de São Paulo que desembarcaram na reta final da Copa do Brasil, os três trocaram de técnico ao longo da temporada 2015. E dois deles em meio ao campeonato nacional. Já o time que lidera o Brasileiro deste ano, o Corinthians, sequer mexeu em sua comissão técnica, ainda que tenha perdido peças ao longo do certame.
Em outras palavras, a disputa eliminatória favorece o efeito psicológico da mudança no comando técnico. Nesses sistema, por vezes, a classificação para as fases seguintes ocorre fruto desse doping emocional.
Diferente dos pontos corridos. Ali, a mudança poderá dar pé em uma ou duas rodadas. Não mais que isso se o time não tiver qualidade técnica.
O melhor exemplo dessa equação qualidade técnica, disputa eliminatória e troca de técnico talvez seja o Palmeiras. O clube contratou quase três dezenas de jogadores e mexeu no comando do time em meio ao Nacional. O resultado, pois, é que o Palmeiras salvo uma ou outra rodada continua brigando pelo seu real objetivo, entrar na zona de classificação em direção à Copa Libertadores de América. E não título.
Por quê? Porque para brigar na ponta da tabela em um campeonato de pontos corridos o time precisa reunir, além de contratações, a exata combinação de entrosamento entre os jogadores e entre atletas e comissão técnica. E isso requer tempo. Bastante!
Além disso, é preciso ser homogêneo quanto à qualidade. Não pode existir grande variação técnica entre o titular e seu reserva imediato em, no máximo, três posições. Caso contrário, a qualidade mediana do elenco cairá drasticamente dentro de campo.
Essas, portanto, são algumas razões que, em diálogo, colocam o Corinthians como virtual campeão brasileiro deste ano e o Palmeiras como grande favorito ao caneco da Copa do Brasil, tendo como grande pedra no sapato o Santos de Dorival Júnior, um técnico que faltava aos promissores meninos da Vila.