As séries A e B mal começaram no País e a dança dos treinadores já se mostra frenética. Ao todo, já se foram quatro técnicos nessas três primeiras rodadas, dois pela primeira divisão e mais dois pela B. A saber: Fluminense, Grêmio, Vitória e ABC.
Só que a maré promete ficar bastante agitada nos próximos dias. Oswaldo de Oliveira, técnico do Palmeiras, e Vanderlei Luxemburgo, do Flamengo, começam a ter seus trabalhos questionados pelas respectivas torcidas.
Ainda que não se generalize, até porque cada caso é um caso, parece existir um super dimensionamento da atividade de técnico de futebol no País. É claro que o condutor de um projeto é fundamental, afinal, cabe a ele desenhar taticamente o time, vislumbrar carências no elenco, apontar soluções e apostar em garotos que despontam na base. Faz parte!
Mas um técnico não pode ser responsabilizado por tudo que acontece dentro das quatro linhas, sob pena de descaracterizar o jogo em si e de menosprezar a capacidade individual dos 11 atletas em campo.
Em outras palavras, debitar o fracasso de um único jogo ou mesmo uma sequencia negativa exclusivamente na conta do treinador parece confortável, simples e fácil demais!
De todos, contudo, quem talvez viva cenário agudo de desconfiança seja Oswaldo de Oliveira no Palmeiras. É bem verdade que seu time ainda não conseguiu fazer a passagem da campanha no Paulista para o Brasileiro e que vem patinando contra adversários que, em tese, reuniria condições para vencer.
Mas ainda assim creditar a Oswaldo o atual momento do Palmeiras pede calma. Até porque seu time tem clareza de jogo, uma vez que vem empregando desde o início da temporada o mesmo sistema tático. E, de quebra, há uma base titular, ainda que se discorde.
Quer ver? O Palmeiras já fez 27 partidas no ano e se for levado em conta o time que entrou em campo na derrota para o Goiás, logo ficará claro que há sim uma espinha dorsal bem delimitada no time.
- Fernando Prass, 25 jogos
- Lucas, 24
- Victor Ramos, 12
- Vitor Hugo, 22
- o recém-contratado Egídio, 4
- Gabriel, 25
- Robinho, 24
- Zé Roberto, 20
- Valdivia, 8
- Kelvin, 7
- Leandro Pereira, 19
Em outras palavras, dos 11 titulares, apenas 3 jogadores atuaram menos de uma dezena de jogos com a camisa do clube em 2015. E isso não caracterizaria conjunto, espinha dorsal, base de equipe titular? Pois é...
Portanto, talvez o problema não seja o conjunto ou o esquema de jogo. Talvez a questão resida simplesmente na qualidade dos 21 jogadores que foram contratados pelo Palmeiras. E aí é preciso entender se esses atletas ainda vão se desenvolver ao longo da temporada ou se simplesmente fazem parte de um erro de avaliação.
Mas acaso prevaleça a ideia de que houve um erro de avaliação, então, imediatamente já surge outra pergunta. Qual é a parte que cabe à diretoria e qual é a fatia da comissão técnica?
De posse dessa reflexão, aí sim, vai ficar mais fácil entender se o técnico é o único responsável ou se é co-responsável. E mais. Com uma boa dose de sorte, talvez fique claro até que o verdadeiro valor do futebol praticado no Brasil se resume a uma única palavra: imediatismo! E nada mais!