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Tabelinha entre tática, opinião e informação

"Não se faz omelete sem ovos"

A surrada frase de Otto Glória, técnico das décadas de 60 e 70, se mostra tão atual quanto às razões dos demitidos da vez, Rogério Ceni e Vagner Mancini, que fizeram muitos omeletes ora sem "gema" ora sem "clara" nestas 11 rodadas do Brasileiro deste ano.

Por Maurício Capela
Atualização:

Rogério Ceni na segunda-feira, Vagner Mancini na terça-feira e fatalmente mais algum técnico de futebol na próxima rodada do Campeonato Brasileiro. É assim que se gere o esporte mais popular do País.

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Por aqui - e isso não é uma menção direta ao São Paulo e tampouco a Chapecoense, respectivamente os empregadores de Ceni e Mancini, porque evidentemente todo o meio futebol de um jeito ou de outro faz o mesmo -, pouco se analisa o que se tem em mãos. E mais, o que de fato pode ser feito em meio à competição mais difícil do calendário nacional no ano.

Acostumou-se no Brasil a responsabilizar o técnico, como se fosse um super-homem. Ledo engano. O técnico se tornou uma peça importante, claro, mas a lógica de Otto Glória, grande treinador dos anos 70 e responsável pelo último título paulista da Portuguesa em 1973, com a ajuda de um erro contábil do árbitro Armando Marques, ainda se mantém intacta. A saber: "não se faz omelete sem ovos".

Note, que a lendária frase de Glória não se restringe à "culinária" brasileira. Pergunte a José Mourinho como anda a vida em Manchester, no United? Ou mesmo indague Pep Guardiola se no City as coisas são muito diferentes? Talvez, desses grandes treinadores espalhados pelo mundo, somente Zinédine Zidane não tenha lá muito do que reclamar.

Mas bastou a sua principal estrela, o português Cristiano Ronaldo, ameaçar deixar o clube para que Zidane imediatamente se posicionasse. E claro, contra a saída do astro.

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Portanto, em outras palavras, não há supertécnicos no Brasil ou em qualquer parte do planeta. Há, sim, a conjugação entre elenco bom e diversificado, treinador experimentado e planejamento claro. Geralmente, em campeonatos de pontos corridos, essa triangulação costuma dar certo.

Evidente que existem exceções. Claro! O Corinthians deste Brasileiro talvez seja uma delas. Mas balizar o futuro desempenho em uma competição, com 38 rodadas, tomando como ponto de referência hipotéticas excessões, é um erro na origem. Trocando em miúdos, planejar ainda é um grande negócio no esporte, em qualquer um, aqui e no exterior.

 

 

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