Eis um fato, a tecnologia invadiu o futebol há tempos. Eis outro fato, a Fifa e as comissões de arbitragem pelo mundo insistem em deixá-la no banco de reservas. Eis mais um fato, quem pauta as discussões no esporte é o "olho eletrônico". Então, cabe a pergunta, até quando os "donos da bola" vão ignorá-la?
Independentemente dos critérios do árbitro brasileiro Sandro Meira Ricci na partida entre Chile e Uruguai ou mesmo de qualquer outro jogo disputado no Brasil ou lá fora, o fato é que existem lances em que não há a mais remota possibilidade de o árbitro ter a absoluta certeza na hora em que eles acontecem no gramado. Ou seja, claramente entra-se no campo do acaso em um jogo de futebol.
O lance envolvendo o atacante uruguaio Cavani e o zagueiro chileno Jara é um perfeito exemplo. Como Sandro Meira Ricci poderia ver o que estava acontecendo às costas do uruguaio se ele, Sandro, estava à frente de Cavani?
De fato, era um lance para cartão vermelho para o zagueiro chileno. Mas como lhe dar a punição máxima se a visão do árbitro estava encoberta?
Além das particularidades desse lance, há jogadas em impedimento tão rápidas que tornam o trabalho de um juiz de futebol praticamente impossível. Sem falar nas penalidades!
A questão, portanto, parece clara e óbvia. O futebol precisa discutir seriamente a inclusão da tecnologia ao longo dos 90 minutos. E esqueça o argumento de que o jogo pararia a todo instante, porque o jogo já para quando há lance confuso em campo.
Então, é preciso primeiro admitir a necessidade da tecnologia e depois partir para a regulamentação da mesma. Um ou dois lances por cada tempo? Um ou dois lances durante todo o jogo? Tanto faz... O que importa é lançar mão e pronto!
Até porque a discussão no futebol não vai deixar de existir porque a tecnologia eliminou as dúvidas. Não... Longe disso! É provável até que a discussão se qualifique e se aprofunde, porque o torcedor, a imprensa, o dirigente passará a avaliar a estratégia que cada treinador adotou para fazer uso da tecnologia ao longo da partida.
Portanto, qualifiquemos, eliminemos as dúvidas e que se dê cada vez mais transparência ao esporte mais popular do planeta. É disso que o futebol precisa, de transparência, algo que a tecnologia pode ser muito útil, além de virar mais um componente estratégico para todo corpo técnico de um time ou de uma seleção.