PUBLICIDADE

Foto do(a) blog

Tabelinha entre tática, opinião e informação

Título do Brasileirão em bons pés!

Três pontos separam o Cruzeiro de conquistar o quarto título de campeão brasileiro, o segundo consecutivo. Adversário da próxima rodada será o Goiás.

Por Maurício Capela
Atualização:

A vitória tem muitos pais, mas a derrota, hum... A derrota é órfã! Esse ditado é velho, surrado e muito usado, mas sair de moda que é bom, aí já é mais difícil. E quer saber? Dá para começar um bom dedo de prosa sobre o sucesso do Cruzeiro nos últimos anos, usando as sábias palavras desse dito popular.

PUBLICIDADE

É um daqueles casos em que há um encontro perfeito entre o que pensam os dirigentes e o treinador escolhido para tocar o barco. Se por um lado a diretoria do clube mineiro deu suporte e encheu o elenco de boas opções, por outro, o técnico Marcelo Oliveira soube explorar com rara felicidade a característica de cada atleta.

O Cruzeiro chega a confortável situação de estar a uma vitória de conquistar o bicampeonato brasileiro, o quarto na sua história, sem passar um sobressalto sequer. Tem o melhor ataque da competição, com 62 gols, umas das defesas mais sólidas, foi vazada apenas 35 vezes, e está na liderança do campeonato desde a sexta rodada.

Em outras palavras, a campanha é inquestionável. Mas o segredo do Cruzeiro se resume apenas à comunhão entre dirigentes, técnico e jogadores? Não, claro que não!

Marcelo Oliveira, quando foi contratado pelo Cruzeiro, se viu obrigado a dissipar desconfianças logo de cara. A primeira delas é que havia construído a sua carreira como jogador no eterno rival, o Atlético Mineiro. E depois teve que lidar com o fato de ter perdido o título estadual logo de cara para o rival, em 2013.

Publicidade

Mas a principal virtude de Marcelo Oliveira não foi dar a volta por cima em relação às desconfianças e tampouco extrair o melhor de cada atleta... Não! A principal virtude de Oliveira foi implementar um estilo de jogo que bebe na fonte dos principais times europeus.

O Cruzeiro tanto em 2013 como em 2014 joga forte pelas laterais do campo, tem um meio que marca e cria de maneira balanceada, uma zaga que está longe de ser rebatedora e tem um goleiro para lá de firme! Além disso, o Cruzeiro cadencia e acelera o jogo a seu bel prazer, o que lhe dá o controle na maioria das partidas.

Quando chega próximo à área adversária, o clube coloca pelo menos cinco jogadores em condição de finalizar a gol... Uma vantagem do tamanho de sua enorme sala de troféus, mesmo porque os demais times no Brasil ainda separam demais quem ataca e quem defende.

O título de 2014 não estará só em bons pés. O bicampeonato refletirá a organização administrativa e tática. Boas contratações não dão em nada se não há clara filosofia de trabalho.

Portanto, o resumo desse Cruzeiro é que mesmo desgastado pela insana temporada do futebol brasileiro, o clube consegue manter um nível de jogo que ainda lhe permite sonhar em conquistar o título com três rodadas de antecedência. Um verdadeiro luxo! Luxo que cai bem a um clube que não tem só estrelas em campo, mas principalmente em seu distintivo.

Publicidade

 

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.